O que você acha da minha ideia de indicar algum som que curto em cada postagem do Cotidiano Cego?

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Pós Mudança


Faaaaaaaaala galera!

Bom. Pra começar o post, digo o seguinte:

A enquete que publiquei no blog há pouco tempo terminou empatada.

Exatamente. Mesma quantidade de votos entre as opções:

“Tenho gosto musical parecido com o seu e até conheci novas bandas e músicas devido a sua iniciativa.”. Bom. Sei lá se o texto da enquete era esse mesmo... Mas a ideia era. Afinal, como vou lembrar? Nem lembro quantas cervejas tomei no fim de semana passado! Kkkkk.

E a outra opção com a mesma votação foi: “Não interessa o que você ouve ou deixa de ouvir.”

Como terminou empatado, precisava então de um voto de misericórdia. Assim sendo, quem decide sou eu.

Então, vai um som de uma banda que eu curto pra caramba. Existem misturas de ritmos que dão muito certo e para mim, a feita pelo Living Color é uma delas.

Segura aí:


Gente. Casa nova, ambiente novo, e um morador que há cada ano fica mais velho.

Essa é a situação atual. Rs.

Sábado me mudei, joguei um monte de tranqueira guardada que eu não uso mais e também nem vi que estavam lá........ Em fim. Rs.

Tudo correndo na mais perfeita ordem. Ops. Não tão perfeita assim.

Meu banheiro, se eu não passar um rodo após o banho escorre água pro quarto.

Estou sem TV, Internet e telefone, porque a Net ainda não cabeou. Reza a lenda que hoje farão a vistoria para ver por onde passarão o cabo.

“Só acredito vendo!” Ou seja: Não acredito. Kkkkkkk.

É. Mas se eu for acreditar só no que ver, to ferrado! Rs.

Bom. Fora esses pequenos probleminhas que em breve serão resolvidos, pelo menos assim espero, estou numa estrutura melhor, não longe de onde estava, estou cercado de dois bares, uma padaria 24 horas que serve um excelente chopp Heineken, e também depósito de bebidas, mercado, etc.

Ei. A Heineken bem que poderia dar uma força pela propaganda que acabem de fazer, em! Pode ser em chopp ou cerveja. Eu aceito. Kkkkkk.

Essa semana teve muitas coisas legais. Meu amigo cego, velho e gordo esteve aqui em São Paulo juntamente com sua esposa, que tem passagem direta para o céu por aturá-lo durante todos esses anos.

Muito papo, algumas cervejas e o meu amigo cego velho e ex gordo ainda não tá podendo beber. Fez redução de estômago. Bom. Quando ele fez, eu até fiquei preocupado. Meu amigo vai desaparecer. Mas como era só uma redução de estômago e não uma retirada, fiquei depois mais tranquilo por saber que alguma coisa dele sobraria. Kkkkkk.

Já no meio da semana, depois de ter pego nova condução, fazer amizade com uma pessoa que pega o mesmo ônibus, desce no mesmo ponto e ontem quase me jogou numa arvore, teve também uma cena que certamente vai entrar para o top 10 dentre as postadas no blog.

Estava saindo da faculdade após uma prova difícil pra cacete, eis que estávamos em grupo conversando, zoando.

Do nada aparece um doido na minha frente no qual com certeza eu esbarrei e ele reclama.

“Olha minha cabeça aqui!”

Eu, respondo aquela frase clássica:

“Foi mal! Não te vi!” kkkk.

Pior que ele responde: “Não viu o cacete! Você enxerga! Cego aqui sou eu.!”

Kkkkkkkkkkkkkkkkkk. Kkkkkkkkkkkkkkkkk.

Gente.... Na boa... Aquele fumou crack..... Tenho certeza disso. Kkkkkkk.

Até que o resto da galera olhou pra ele e gritou: “Tio! Acho que não, em!” kkkkkkkkkkk.

Bom galera, até a próxima vez que eu encontrar uma conexão 3G em algum lugar para postar no blog.

Certamente, não será dentro do meu quarto... Sim. Onde eu moro não pega o 3G da Tim direito.

Na verdade, tenho até uma dúvida: Onde o 3G da Tim funciona direito?

Ainda não achei um lugar, nem na região central de São Paulo.

Hoje, quinta, 25/042013, estou digitando essa mensagem.

Quem sabe consigo postar até amanhã e não ficar com o blog sem atualização nessa semana?

Vamos torcer.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

A mudança.

Faaaaala galera!

Já estou prevendo o quanto serei zoado depois dessa postagem.

Como postei aqui, estou de mudança.

Fui pegar os dados corretos de endereço para pedir a transferência da Net.

Anotei o endereço e perguntei:

Qual é o número do quarto?

Ele responde: 24.

Kkkkk.

Porra! Eu mereço. Kkkk.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

O Almoço É Sempre Divertido



Faaaaaaaaala galera!

Além de trabalhar fazendo o que gosto, num ambiente bem agradável, uma das coisas mais legais aqui é a equipe. Toda aquela zoeira na hora do almoço, o Rappy Hour que as vezes rola sexta.

Hoje eu vim falar das melhores dos intervalos.

Umas aconteceram essa semana, outras não. Rs.

Semana passada, um estagiário se despedia.

Obviamente, não poderíamos deixar de aprontar a última com ele.

Colocaram o celular dele na minha mesa. Obviamente, a primeira coisa que eu fiz quando percebi foi esconder melhor. Rsrsrs.

Com o celular não tive muito sucesso, mas com o anel.... Rs. Exatamente.... Fiquei um tempinho com o anel do estagiário. Kkkkkk.

Ele procura pra lá, procura pra cá, até que depois que ele se cansou eu tiro do bolso e digo: Gente! Achei isso na rua... Por quanto será que eu consigo vender? Kkkkkkkkk.

Uma vez eu fiz algo semelhante com o lanche de um dos estagiários, que ele deixou dando mole em cima da mesa.

Quando ele cansou de procurar, peguei onde tinha escondido, apontei na direção dele e disse: É. Me deu fome. Vou comer meu lanche agora. Kkkkkkk.

Mas, quem zoa, tende a ser zoado todo dia e comigo, não é diferente.

Hora do almoço.

Chegamos no local e cada um pediu sua refeição. Todas acompanhavam fritas, inclusive a minha.

Comemos, comemos e, aparentemente meu prato estava vazio. Eis que um amigo diz:

André. Ainda tem coisa ao meio dia. Rs.

Dica.... Para orientar um cego sobre o posicionamento dos alimentos no prato, a técnica do relógio é praticamente infalível, já que é muito fácil fazer uma analogia entre o prato e um ponteiro.

Quando coloco o garfo ao meio dia, percebo um monte de fritas.

Achei estranho. Eu jurava ter comido todas.

Mas, tudo bem.....

Era batata que não acabava mais.....

E pra completar, um amigo comenta: Nossa! Veio mais fritas que comida!

Quando eu finalmente consigo terminar, um amigo me pergunta: Veio bastante batata, André?

Sim, veio bem servido...

Claro que veio. Ninguém tava muito a fim de fritas e você acabou comendo a de todo mundo. Kkkkkkkkkkk. Kkkkkkkkkkk.

Isso porque momentos antes, na hora que fomos servidos, o prato de um camarada chegou antes do meu.

Só que ele tava sem talher.

Aí ele pegou o que estava na minha frente e disse: André. Seu talher não veio...... tem que pedir pro cara..... Aí eu disse: Sim. Eu vou pedir pra ele substituir o que tava aqui e você acabou de pegar. Kkkkkkkkkk.

Aí ele disse: prova! Kkkkk.

E os outros, começaram a zoar. Esse cara é uma farsa! Depois diz pra gente que é cego! Kkkkkkk.

Isso foi o almoço de terça.

Hoje, hora do almoço novamente.

Uma colega de trabalho não muito habituada a me guiar foi fazer isso pela primeira vez.

Próximo à esquina, lugar estreito. Só dava para passar um de cada vez.

Sim. Até aí normal. Só que, como sabemos ela deveria dobrar o praço para atrás para eu entender que naquele espaço, precisaria andar exatamente atrás dela.

Mas, ela inverteu! Kkkkkkkk. Aí eu disse: Mas, você precisava ir na minha frente... Mas André... Então... To te mostrando o caminho...... Rsrss. Como você vai estar me mostrando o caminho por onde eu tenho de passar se eu estou passando primeiro! Kkkkkkk.

Em fim: Esse clima de descontração é sensacional.

Agora preciso contar a de ontem.:

To eu saindo para o almoço com os amigos do trabalho.

Eu fui na frente para guardar lugar, pois o restaurante lota.

Só não esperava que eles me alcançariam.

Só escuto eles dizerem a seguinte frase em um momento: Esse cara tá bêbado!

Não entendi nada.

Depois me chamaram e me contaram.

Enquanto eu andava, uma mulher tentava passar por mim na calçada e não conseguia.

Por quê? Porque se já repararam, quando usamos a bengala, fazemos um movimento diagonal, batendo ela próximo ao pé direito quando vamos pisar com o esquerdo e vice-versa.

Então a bengala vai para um lado e para o outro. A mulher, acabava indo para o mesmo lado da bengala. Kkkkkk. Ela ia pra direita, ia também a bengala. Pra esquerda, ia também a bengala.

E os meus amigos, pra me sacanear, viraram pra moça e disseram: Moça... Esse cara tá bêbado. Kkkkkkkkk.

Que injustiça. Se fosse na sexta à noite com certeza eu estaria... kkkkk.

Aí quando me contaram eles dissera: Você acha que íamos perder a oportunidade de te zoar? Pronto. A moça vai ficar pensando que você estava bêbado. Essa é a graça. Kkkkkk.

Na verdade eles fizeram isso contando que eu já perceberia. Kkkkkk.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Inclusão Se Faz Assim

Faaaaaaaaaaala galera!

Nesse período minha quantidade de postagens na semana diminuiu.

Sabem como é, né? Entrega de trabalhos na faculdade, época de provas chegando, em fim....

Mas essa postagem aqui não poderia jamais deixar de ser publicada.

Deveria até ter feito já no fim da semana passada.

Certa vez citei aqui que, tão importante quanto reclamar dos problemas de acessibilidade é elogiar iniciativas que busquem incluir, tornar acessível. Vim aqui hoje fazer exatamente isso.

A página Língua portuguesa, teve a iniciativa de colocar descrição em suas imagens explicativas das matérias para os cegos também terem acesso.

Bom. Só consegui descobrir a comunidade no Facebook, pois compartilharam comigo. Isso se não me engano foi na sexta e só posso dizer uma coisa:

É muito bom acordar lendo uma notícia dessa! A felicidade é indescritível.

O link para que vocês possam curtir é:


Colo abaixo a publicação deles no sentido de divulgar a iniciativa.

Quem acompanha a página diariamente já deve saber do novo projeto da Língua Portuguesa: tornar todo o conteúdo acessível às pessoas com deficiência visual. É por isso que agora todas as imagens estão vindo com uma descrição. Desta forma, os cegos também estão podendo usufruir o nosso conteúdo através de ledores de tela.

A ideia deste projeto foi da Patrícia Silva de Jesus (Patrícia Braille) que já trabalha há muitos anos com pessoas com deficiência visual. Ela recebeu um e-mail muito especial de uma usuária cega e entrou em contato comigo para conversarmos melhor sobre o assunto. Fiquei encantada com o projeto que me foi apresentado e acolhi a ideia da Patrícia com muito carinho.

Segue abaixo o e-mail que ela recebeu:

"Gostaria de deixar uma sugestão de material que valeria muito a pena ser descrito, de grande utilidade para nós cegos. Trata-se de dicas de Português, da página Língua Portuguesa. O conteúdo é rico, mas todo postado através de fotos, totalmente inacessível” - Sílvia Renata.

Fico feliz de perceber que a maioria dos participantes da página está apoiando esta nova fase da Língua Portuguesa. Agradeço o incentivo e o carinho de cada um de vocês.

Um grande abraço,
Céu

Não sei se o conteúdo postado aqui por mim será lido pelos responsáveis pela página. De qualquer forma, vai aqui minha mensagem:

Vocês não tem ideia do quão são importantes para nós iniciativas como essa.

Quando buscamos estudar, adquirir conhecimentos, alcançar qualificação profissional, os conceitos da sociedade e as iniciativas paternalistas de quem está no poder faz com que os incentivos sejam os mínimos.

A possibilidade de compreender o conteúdo de  uma página sobre língua portuguesa através de uma descrição, soa,, no momento em que mais precisamos, como a mão que nos vem apoiar e ajudar a seguir o caminho.

Tenho certeza. Enquanto estou vivendo o cotidiano de trabalho e estudo, muitos cegos ao redor do país estão ouvindo constantemente a frase: “Estudar para quê?”

E o mais triste nisso tudo é vermos a falta de estrutura, desinteresse na inclusão e falta de boa vontade em incentivar o acesso à educação por parte de alguém com alguma deficiência, fazerem muitos encararem tal frase como verdade com o passar do tempo.

Dizem por aí:

“Tudo que é bom, se copia”. Ou, com tom de bom humor, se diz: “Nada se cria. Tudo se copia”.

Assim sendo, tomara que essa iniciativa seja copiada por páginas de língua portuguesa, Matemática, História, Geografia, Biologia, Física, Química, Etc..

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Preconceito E discriminação; A Gente Não Vê só Por Aqui



Faaaaaaaaaaala galera!

Infelizmente o cotidiano cego também é formado por fatos lamentáveis e o blog, que como o nome já diz visa mostrá-lo, as vezes precisa expor algum destes.

Sinceramente. Em países pouco desenvolvidos como o Brasil, onde a desinformação com relação aos cegos e pessoas com alguma deficiência é grande e por isso, até se esperaria uma atitude tão absurda, tal fato não acontece.

Já fui em vários parques por aqui e nunca fui humilhado, nem me senti constrangido como aconteceu com o amigo Lucas Radaelli lá na Alemanha.

Tomei a liberdade de copiar a postagem dele no Facebook, porque ninguém melhor que ele próprio para contar o que aconteceu e o que sentiu.

Segue abaixo e depois vão meus comentários.

Dá pra contar nos dedos os dias que eu fiquei tão triste e puto quanto hoje. Fui com a Thaisa no Europapark, e ao chegarmos lá, constatamos que eles não me deixavam ir em quase nenhum brinquedo. Todas as montanhas russas. todos os brinquedos legais. Pra cada operador de brinquedo que a gente perguntava, os quais mal alemão sabiam direito, porque a simples pergunta: - Ok, mas porque eu não posso ir? - eles não sabiam responder. Conversamos com o grupo de informações do parque que me disseram, que de fato, eu não poderia ir em nenhuma montanha russa porque não enxergava. Eu acho que nunca fiquei tão espantado e nunca me senti tão humilhado também. Lembro que só questionava a mulher: - Ok, mas por quê? - E ninguém sabia a resposta, ela só dizia que aparentemente estão seguindo alguma lei alemã que não permite que eu ande nas montanhas russas.
Ok. Vamos com calma... Se eu estivesse tentando dirigir um carro na estrada, obter o passe para uma arma de fogo, ou até mesmo pilotar qualquer coisa no trem eu entenderia... mas nós estamos falando de uma FUCKING MONTANHA RUSSA! - Que até onde eu me lembre, era sentar em um carrinho, fechar o sinto de segurança, e ir.
Eu só me questiono, enquanto espumo aqui de raiva por essa atitude cheia de preconceito, imbecil,
retardada e sem sentido, que maldita lei é essa, e que diabos ela diz, porque eu realmente, eu não consigo imaginar nada, absolutamente nada que poderia ser um problema para eu andar em uma ... montanha russa!
A mulher continuava insistindo que era por motivos de segurança. A coitada não deveria saber mais o que me dizer. Certamente não foi ela quem criou essa lei babaca, e ela não poderia fazer nada também para me ajudar, mas o suposto motivo de segurança, por ser o único que se encaixa na situação, não satisfaz o que eu quero saber - Qual é o maldito problema?
Eu vou esfriar a cabeça e enviar um e-mail para esse parque amanhã mesmo cobrando uma resposta razoável. Isso não pode ficar assim. E se esse parque só estiver seguindo alguma lei alemã babaca, eu vou pensar em algo para fazer. Não me lembro de ter tido um problema que fosse nas outras montanhas russas que fui na vida... por que essa teria?
A vida é uma merda mesmo. A máxima nunca falha: Não tem nada que esteja ruim que não possa piorar.

Como eu prometi, vão meus comentários.

Quando o preconceito ou discriminação ocorre fora do nosso país, traz, junto da atitude humilhante e constrangedora, um agravante.

Quem leu atentamente a postagem do Lucas pôde perceber claramente que ele ficou bem mais fragilizado do que se o fato ocorresse aqui. Por que?

Porque como brasileiros, conhecemos as leis e com elas nossos direitos e, embora a sensação de indignação, humilhação e constrangimento seja a mesma, sabemos como nos defendermos nesses casos.

No entanto, o desconhecimento das leis locais, assim como a falta de uma explicação plausível sobre o motivo de tal atitude, fez com que não restasse para ele, outra alternativa senão a apatia diante da situação.

Quando li a postagem, várias coisas me passaram pela cabeça.

Como eu me sentiria no lugar dele?

Certamente, com vontade de voltar para o Brasil o quanto antes.

Pior que a atitude discriminatória é não haver argumento lógico e, a impotência com certeza me feriria profundamente.

A segunda questão seria o choque.

Sempre imaginamos os países europeus como mais desenvolvidos que o Brasil e realmente deve dar uma decepção enorme, quando nos deparamos com atitudes que nem aqui acontecem.

Na sequência, surgiu o seguinte questionamento?

Será que lá é como cá?

Aqui, tal situação caracterizaria discriminação. A pessoa cega entraria com uma ação, muito provavelmente ganharia, já que a falta de uma justificativa tornaria a ação quase ganha e, como punição, o parque seria condenado a pagar uma indenização ao cidadão, como se o dinheiro pagasse a humilhação e constrangimento sofridos por ele.

Olha gente. Existem até valores predefinidos.

Li uma notícia no jornal de uma cega em Brasília, que moveu uma ação contra uma academia de ginástica e o motivo vocês já conhecem, pois passei pela mesma situação e postei aqui.

Gente. A não aceitação de um cego numa academia ou, imposição de condições absurdas para o fazer, custa 4000 reais.

Será que lá é como cá?

Os condenados por discriminação são obrigados a pagar um valor o qual, dependendo do estabelecimento, equivale à dinheiro de pinga?

Já pensaram? Esse parque pelo jeito é grande.

Se estivessem no Brasil, dariam, por decisão judicial alguma grana para o cego em questão e pronto. Já estão aptos a fazer a mesma coisa com outro cego em uma ocasião futura.

Vamos combinar né?

Não sei como são calculados os valores de indenização. Mas uma coisa posso afirmar com toda certeza: Para os grandes parques daqui, 4000 reais seria dinheiro de pinga.

Será que lá é como cá?

Na minha opinião, a punição mais sensata para um estabelecimento que comete discriminação, tanto lá, como cá ou em qualquer lugar, seria a suspensão de funcionamento.

Já pensaram? Um estabelecimento, independente do ramo de atuação, ser condenado por discriminação e receber a pena de não poder funcionar por 6 meses, ou quem sabe 1 ano?

Aí sim seria punição, acarretaria grande prejuízo. Como seria lindo um grande estabelecimento virando notícia nacional, por fechar as portas devido a uma punição por discriminação! Do jeito que está hoje, tudo acontece sem divulgação, por baixo dos panos.

Já sei. Os grandes metidos a economistas e socialistas vão dizer:

“E o desemprego que isso vai causar? Quantas pessoas estarão na rua.”

Te respondo com uma frase:

Se eu trabalho num lugar onde sou orientado de alguma forma a discriminar em determinadas situações e aceito, de certo modo, sou conivente.

Além do mais, não vejo outro caminho para que estabelecimentos passem a pensar duas vezes antes de discriminar.

E o que dizer para o Lucas numa hora dessas?

Não sei direito. A única coisa que consigo pensar é:

Antigamente, nosso direito era apenas o de nascer.

Nas tribos mais primitivas, quando alguém nascia com alguma deficiência, era sacrificada imediatamente.

Hoje, nos foi dado pelo menos o direito de lutar, questionar e de tentar mostrar que nossa capacidade é superior à que nos atribuíam, mesmo que a morte física sem defesa tenha sido substituída por situações como essa, que trazem a degradação psicológica.

E já que hoje temos o direito de lutar, o jeito é nos comportarmos como verdadeiros guerreiros Afinal, outro dia, li o seguinte:

“O verdadeiro guerreiro não é aquele que nunca cai e sim, o que sabe levantar.”

Não lembro exatamente como estava escrito, mas a ideia é essa.

Então é isso aí. Nos derrubam e levantamos. Nos derrubam e levantamos.

E o mais importante: Não desista de procurar explicações e atitudes.

A cada vez que ficamos calados, abrimos precedentes para que a mesma situação ocorra com outras pessoas e, se você for como eu, se preocupa bastante com esse lance de outras pessoas não passarem pelo que passou.

Então, é isso aí.