Cego Usuário De Metrô

Faaaaaaaaala galera!

Hoje vou contar como é o cotidiano de um cego que utiliza metrô como meio de transporte.

Já utilizei bastante e agora voltei a fazer isso com mais frequência, por conta da faculdade.

Quando ainda morava no rio, a assistência que tínhamos no metrô sempre foi exemplar.

Sempre ouvi falar sobre a boa qualidade do serviço em são Paulo.

Quando mudei para cá, Ao embarcar pela primeira vez, percebi uma atenção realmente igualitária ao de costume.

Estava eu na estação Tietê. De cara, uma percepção positiva.

Integração entre terminal rodoviário e metrô. No Rio, isso foi implementado depois, mas trata-se de um ônibus que conduz até a estação. Não é a mesma coisa, mas...... Em fim...

Ao embarcar, a primeira surpresa.

Estou lá eu quando o condutor diz:

“Próxima estação, Armênia.”

Mas, pera aí...... Sim...... Mas...... Desembarque pelo lado direito, ou esquerdo do metrô?

Eu não ia descer lá, mas, e se fosse?

No Rio, a voz é uma gravação. No entanto, a mesma anuncia o nome da estação e o lado para desembarque, tanto em português como em inglês.

Sim. É extremamente importante anunciar o lado do desembarque. Na minha forma de ver...... Não.... eu não to apalpando nada, tá?.... É a visão no sentido figurado. Até porque no real, já era.... Não dá.... rs.

Mas, de qualquer forma, penso que isso facilita até quem enxerga.

Imagina um novo usuário de metrô. Ou por ter mudado para cá há pouco tempo, ou por estar indo para uma estação desconhecida. Esta também pode ter dúvida e, mesmo vendo a plataforma, se o metrô estiver lotado, pode não ter tempo hábil para se deslocar e desembarcar antes do fechamento da porta.

Era praticamente uma regra.

Toda vez que eu ia desembarcar, tinha de perguntar para alguém:

O desembarque será por qual lado?

E quando o metrô estava vazio? Kkkkkkkk. Tinha que esperar e ouvir qual porta abriu. Kkkkkk.

Hoje, nas estações onde desembarco ou passo com frequência, já sei qual é o lado. Mas antigamente, era sufoco.

Hoje, em alguns metrôs, o lado é anunciado. No entanto, há uma necessidade de isso se tornar padrão.

Afinal, não dá pra decorar o lado de desembarque em todas as estações de todas as linhas. Rs.

Ainda falando de metrô, o episódio ocorrido comigo esses dias, mostra que é preciso uma conscientização para que não só os funcionários ou jovens cidadãos que nos auxiliam saibam como fazê-lo, como entenderem porque estão fazendo.

Vou fazer uma pergunta para vocês, leitores.

Alguém pede auxílio se não necessitar?

A resposta é óbvia, né? Mas acho que algumas pessoas do metrô  não pensam assim.

Cheguei na estação acompanhado de dois amigos do trabalho, que enxergam normalmente. Solicitei o auxílio de um funcionário, pois, embora tenhamos chegado juntos, o destino final não seria o mesmo.

Expliquei isso no momento da solicitação.

Ao chegar na plataforma, o funcionário pediu que algum dos meus amigos me ajudasse a embarcar e enquanto isso ele ia já avisando para que a sala passasse à estação de destino.

Embora não seja o procedimento padrão, por questão de bom senso, topamos, pois isso adiantaria ambos os lados... Sim... Adiantaria, se ele tivesse avisado como prometeu. Rsrsrs.

Ao descer na estação, ao perceber que ninguém estava lá para me ajudar na transferência de linha, consegui depois de um tempo a ajuda de um usuário que me ajudou a chegar até a cabine do metrô, para entender o ocorrido e registrar a reclamação.

Ao ser atendido descobri que não havia chegado lá nenhum aviso de que eu desembarcaria. Sinceramente, acredito na informação. Poderia até acontecer de falarem isso para tirarem da reta, mas, como desembarco lá direto para ir à faculdade e isso até agora nunca havia acontecido, é meio difícil crer nessa possibilidade.

Estava com amigos sim. Se todos fôssemos para o mesmo lugar, eu ia pedir auxílio de funcionário para que?

Além disso, o piso tátil que poderia nos auxiliar mais, em muitas das estações não foi colocado de forma correta, não passando a sinalização clara.

Em suma: o serviço de acessibilidade do metrô de São Paulo é ótimo, mas necessita de alguns ajustes, assim como o do Rio e penso que de todas as capitais brasileiras onde ele está presente.

Pérola Do fim De Semana

Faaaaaaaaala galera!

O que? Sono? Preguiça? Então, segue uma música pra te acordar:

http://www.youtube.com/watch?v=ab_VCMQ6A2c

agora que já estão bem acordados, vou fazer um breve resumo do fim de semana e contar logicamente, a maior pérola dele que inclusive é forte candidata à pérola do ano. Rs.

Sexta-feira rodízio japa, domingo aniversário de um amigo em companhia de pessoas super legais, amigos já de longa data.... Mas no sábado, aconteceram duas coisas interessantes.

Me indicaram um bar o qual não conhecia, fui, gostei e, pra variar, o bar fechou com eu sendo o último a sair.

Aí vocês vão falar: Onde tá a novidade nisso?

É.... Bom....

Fui em casa e parti para uma festa de aniversário, numa balada onde tinha duas palavras que tocam meu coração. Open Bar. Kkkkk.

Ao sentir que chegou o momento de eu ir embora, peço ajuda para chegar até à Saída.

Diálogo entre eu e a menina que me auxiliava:

Como você vai embora essa hora?

Vou pegar um taxi aqui na porta.

Atenção para a pérola que vem a seguir....

Ela vira pra mim e pergunta:

Você sabe seu endereço?

Kkkkkkkkkkkkkk. Kkkkkkkkkkk. Kkkkkk.

Te juro... Essa pergunta eu nunca esperava ouvir.

Tá certo que muitos julgam cegos como tapados, idiotas, mas..... A ponto de não saber onde mora.......... putz..... kkkkkk.

No domingo, aniversário de um amigos. Vários amigos reunidos e a não ser duas pessoas que lá estavam, todos nos unimos num objetivo em comum. Aliás esse é um ritual meu de todo fim e meio de semana.

Torcer contra o Corinthians. Rsrsrsrsrs.

Exato. Vasco e Corinthians eu sempre torço contra e se jogam os dois, torço pro campo alagar e não ter jogo. Kkkkkk.

Quase deu certo, não seja o pênalti roubado no último minuto, que fez o time atual campeão mundial, (fato o qual fará os corinthianos encherem o saco nos próximos 100 anos), comemorar como vitória um mísero empate contra o Bragantino.

O cara meteu a mão na bola no último minuto. Quanto será que custou esse pênalti? Kkkk.

Gente. Fora o fato de que torço sempre contra o Corinthians, o resto é brincadeira, viu? Rs.

Jamais vou acusar sem ter provas o Corinthians de ter comprado um pênalti, mesmo considerando suspeitos todos os títulos que já acompanhei esse time ganhando. Kkkkkkk.

E depois dormi, acordando apenas ontem para trabalhar e estudar, voltando assim à rotina semanal.

Agora vou indo.

Até a próxima postagem, isso se os corinthianos não quiserem me matar no caminho de volta. Kkkkk.

Cegos. Verdades E Mitos.

Faaaaaaaaaaaaala galera!

Hoje venho falar de mitos que são atribuídos aos cegos.

Sempre falo aqui das formas negativas com as quais somos encarados. Agora vou falar das positivas, que nem sempre são tão reais assim.

Vou relacionar os mitos com os quais mais me deparo:

1.       “Quando a pessoa não tem um sentido, os outros são mais apurados”. É.... Dependendo da frase até dá pra interpretar e não dizer nada. Agora uma variante absurda dela é:

‘Quando Deus tira um sentido, aguça outro.”

Mentira.... rs. Não sou agnóstico, mas... coitado de Deus.... é tudo ele. Kkkkk.

O que acontece é simplesmente o seguinte:

Sendo cegos, por exemplo, nossa capacidade de audição, tato, olfato, etc., continua sendo exatamente igual à de qualquer outra pessoa. Ocorre que usamos mais.

Alguns exemplos disso:

Ao andar na rua, precisamos ouvir o barulho dos carros para saber mais ou menos a distância de onde estamos para o fim da calçada. Precisamos prestar atenção, quando num ônibus, nos seus movimentos e ter desenhado na mente o mapa do trajeto que ele faz para sabermos onde estamos. Precisamos pegar como referência as alterações nos tipos de piso, ao andar, pra saber perto de qual estabelecimento estamos em um lugar que conhecemos. Precisamos, identificar alguns locais pelo cheiro.

Quem enxerga pode fazer isso? Sim.

Tem a mesma capacidade que nós. Porém, não precisam, pois estão vendo sua localização, os estabelecimentos próximos, a rua onde estão.... Essa é a grande diferença.

Da mesma forma, um cadeirante muitas vezes tem mais força no braço pois, por necessitar, ele desenvolve.

2.       “Na hora do sexo, os cegos tem grande desempenho e dá muito prazer se relacionar com um, devido à sensibilidade que eles tem, até mesmo no tato”.

Sinceramente, no meu ponto de vista, nem lógica isso tem. Kkkkkk.

Gente. Desempenho sexual não está relacionado a enxergar ou não.

Essa “lenda” pode ser verdadeira ou não, tanto com quem enxerga quanto com um cego.

Com isso eu quero dizer que cegos e cegas, assim como qualquer pessoa, também podem ser um desastre na cama. Não caiam nessa. Rs.

3.       “O ouvido do cego é bem mais apurado. Musicalmente então..... Os cegos normalmente são bons músicos. E outros são excelentes massagistas porque tem a sensibilidade no tato.”

4.        

Gente. Música é dom. Não está relacionado a enxergar ou não. Assim como massagem, além do profissionalismo, também precisa ter, como em qualquer outra profissão, vocação.

Cego ter ouvido apurado? Sei lá. Eu conheço cego que gosta de Funk.

E o pior... não to falando do verdadeiro. É desse negócio aí que hoje em dia chamam de Funk e não tem melodia, letra, afinação de quem diz que canta.... Acho que se tirasse a letra e as vozes e deixasse só a batida esse negócio ficaria um pouco melhor rsrsrs.

Antes que me critiquem, gostar ou não de “Funk”, (reparem que coloquei entre aspas), é um direito de cada um. Agora que esse dito Funk divulgado hoje não tem qualquer elaboração musical, é fato, desculpem. Rs.

Tem cego que gosta de música, tem cego que gosta de Funk, tem cego que gosta do Sertanojo Universiotário....... kkkk. Kkkkkkkk. Vai.... Mas o sertanojo Universiotário... OPS..... Sertanejo Universitário, até dá pra dançar... Numa balada, quando você tá bêbado e tal...... Eu mesmo já fui flagrado num sítio tentando dançar Camaro Amarelo..... rs. Será que alguém tem foto disso? Kkkkk.

Já que estamos falando em música, vou indicar um som que conheci essa semana e pirei.

http://www.youtube.com/watch?v=VQH8ZTgna3Q

O fato é que ao pesquisarmos entre as pessoas, encontramos adeptos aos mais variados gêneros musicais,  admiradores das mais variadas músicas, dos mais baixos aos mais altos níveis de elaboração e entre os cegos, não é diferente.

“As pessoas cegas são mais sensíveis e carinhosas.”

Gente. Eu já conheci cada bruto que vocês nem imaginam.

Sensibilidade ou não, ser carinhoso ou não é questão de personalidade e também não tem relação com a visão.

Em suma: Tanto nos defeitos como nas qualidades, as pessoas cegas são como as demais.

A Saga do Cachorro Quente

Faaaaaaaaaalaaala galera!

Sabe quando te dá aquela vontade louca de comer um cachorro quente? Afinal um Hot Dog bem caprichado e completo é uma delícia. Fazia um tempão que eu não comia. Bate aquela vontade louca, mas o problema tem fácil solução. Só ir na barraquinha e comprar..... É..... Nunca pensei que por certas vezes isso pode não ser tão fácil.

Segunda-feira, quando saí da faculdade, lembrei que, quando fui entregar a documentação, dei uma bengalada numa barraquinha de cachorro quente na esquina. Fui diretamente ao local e..... O cara não tava lá....... Putz.... Bom. Na verdade eu tenho dúvidas se ele realmente não estava, ou se trocou a barraca de lugar pensando: “Vou tirar essa barraca daqui antes que aquele cego venha dando bengalada de novo”. Kkkkkk. Não sei porque mas to achando que essa é a afirmativa correta.

Afinal, naquele dia, ao voltar pra casa, eu dei uma bengalada numa garrafa de cerveja que que a galera deixou no chão enquanto batia papo na rua, digna de uma tacada de jogador de golf profissional. Kkkkkkkk.

Sacanagem da galera da faculdade.

Não pela garrafa no caminho, mas por fazer eu derrubar cerveja. Po.... Jogar fora líquido tão precioso é desperdício. Kkkkkkkk.

É a segunda vez que isso acontece.

Na primeira eu derrubei na porta de um bar umas duas garrafas e 3 copos..... kkkk. E a galera nem aí com o fato de estar tudo no caminho e eu passando. Fui com tudo. Mas acho que me rogaram praga.

Parei num bar e aconteceu o inacreditável. Tomei um copo de cerveja e já comecei a passar mal. Kkkkkkkk.

Em fim, logo depois de derrubar a garrafa, fui pra barraquinha de cachorro quente perto da minha casa.

Ouvi um movimento, abertura de latinha e falei: Ah. Beleza. Agora eu como meu cachorro quente.

Em seguida, escuto o barulho de uma vassoura e a moça dizendo: Já fechamos. Kkkkkkkk.

Realmente. Só entregaram a lata pro rapaz enquanto outra pessoa varria o chão. Beleza. Fica pra amanhã.

Na terça, no percurso de Volta para casa, me dirigia até à barraca e, de repente, começou a chover. Kkkkkkkkkkk. Já era o cachorro quente mais uma vez.

Ontem, fui ao salão cortar cabelo e fazer as unhas. Afinal, não vejo como eu fico, mas sou vaidoso. Kkkkk.

Ao sair de lá, fui para a barraca de cachorro quente e aí.................. Comi logo dois pra matar a vontade e espantar a zica..... Po gente.... Eu não acredito que vocês estavam esperando mais zica, mais imprevistos.... Acho que já chega, né? Kkkkkkkkkkk.

E pra finalizar a postagem, vou indicar um som que, ao meu ver, é muito bom.... Som que ao ver do cego é muito bom... Já imaginam.... ah.... Ele é bom ao meu ouvir também. Kkkkk.

Me arrumei para o trabalho curtindo essa música e resolvi compartilhar. Segura aí....

http://www.youtube.com/watch?v=dxk3c_SbWMg

Até a próxima!

Cegos E Relacionamentos parte II

Faaaaaaaaaaala galera!

Venho novamente tocar no assunto cegos e relacionamentos.

Achei essa postagem mais apropriada para uma sexta-feira, já que é dia de azaração, paquera e tudo mais.

Ah gente. Estou só 4 dias atrasado. Kkkkkkkk.

Afinal, saí cansado do trabalho e fui seguir minha rotina de sexta. Para piorar, peguei chuva na saída. Esqueci a capa. Fiquei todo molhado. E como isso aconteceu, desci do ônibus e, devido ao receio de ficar doente, fui direto para o bar.

Lógico! Para evitar o choque térmico! Já que tinha molhado por fora, precisava molhar por dentro a fim de equilibrar. Kkkkk.

Vamos à postagem propriamente dita.

Passei a ter um maior convívio com pessoas cegas já na fase adulta.

Antes, tive convívios esporádicos em escolas, etc.

Comecei a observar e discordar de 3 atitudes muito comuns.

1.       Mania de viver em gueto.

Existem aquelas pessoas cegas que só se sentem bem vivendo, convivendo e fazendo tudo entre cegos. Cada um com seu cada qual, mas, para mim, não dá. Rs.

Hoje tenho convívio com pessoas cegas de pensamento diferente e amizade estreita inclusive.

2.       Frequentar sempre os mesmos lugares. Parece que o medo do novo se acentua não só entre cegos como em todas as minorias.

E, por último, a atitude originária desse post.

Não raro, ouvia alguns cegos sendo criticados pelos demais.

A frase era: “Fulano só namora gente que enxerga.”

Sinceramente, aquilo me soava como discriminação inversa. Na verdade, me soa assim até hoje.

Por que uma pessoa cega tem que namorar  e ou casar, necessariamente com outra pessoa cega?

É de certa forma, discriminação.

Vindo de encontro a isso, temos o pensamento de determinadas famílias achando que um cego deve namorar necessariamente com uma pessoa que enxerga, pelo pensamento de que o cego precisa de alguém para cuidar e assim, seria inviável um relacionamento entre dois cegos.

Existem várias provas vivas de que isso não é verdade. Eu mesmo conheço vários casais cegos que levam uma vida absolutamente normal.

Existem várias vertentes nas duas situações, as quais pretendo expor aqui.

Eu, particularmente sou contra a distinção entre pessoas cegas ou não, na escolha de um parceiro ou parceira. Penso que esse fator não importa.

Ambas situações podem gerar alguns problemas, normalmente causados por uma natureza humana, que infelizmente está presente na maioria das pessoas; ceder às pressões da família e da sociedade.

Muitas famílias tentam, talvez pela questão da superproteção, exercer um certo domínio sobre a pessoa cega e muitos, acabam se deixando dominar. Vários motivos podem ser causadores dessa permissão.

Dependência financeira, insegurança, falta de atitude.

Além da pressão por parte da família do cego, que nunca ocorreu comigo mas já presenciei casos, há um outro fator. Quando a pessoa independente tem um relacionamento com outra pessoa cega que não o é e acaba cedendo a tal manipulação, a tendência é perda de paciência e o choque de ideias acaba tornando a situação insustentável.

Se essa pessoa cega passa pela mesma situação mais de uma vez e nunca teve contato com outra pessoa cega independente e autônoma como ele, pode vir a pensar que a busca de um relacionamento com alguém não cego é a solução.

Já em contra partida, outras pessoas preferem se relacionar com alguém na mesma condição, por não saber lidar com a desinformação da sociedade com relação aos cegos.

Seja qual for a situação, um ponto em comum pode ser facilmente percebido. Pressão familiar.

Casal entre cegos:

Como muitas famílias tendem a superproteger e muitos não tem a mente aberta duvidando da capacidade de um cego, esta, por achar que o ideal seria que seu filho ou filha se relacionasse com alguém que enxerga, tende a colocar obstáculos.

Algumas famílias tem a mente aberta com relação a isso e dessa forma  esse problema não existirá. No entanto, é raro tal situação ocorrer dos dois lados. A luta é árdua. Rs.

Já no relacionamento entre uma pessoa cega e outra que enxerga, em muitos casos, ocorre a pressão familiar pelo lado oposto.

Infelizmente as pessoas no geral não tem noção do que é ser cego. Como agravante, várias gerações tiveram e tem até hoje, como única imagem de um cego, a daquele coitado que fica pedindo esmola na rua.

Muitos só tiveram esse exemplo.

O primeiro passo, não tão difícil, é fazer com que as pessoas a sua volta percebam que você é uma pessoa normal. Basta mente aberta e tudo se resolve.

Sabendo disso, havendo afinidade entre as partes, o relacionamento é a consequência mais óbvia. No entanto, quando o lado de visão da história comenta com família e amigos que está ou conheceu uma pessoa legal, mas ela é cega, normalmente a reação inicial não é das melhores.

Aquelas coisas que sempre comento aqui.

Confusão entre cegueira e deficiência física e ou mental, cego é totalmente dependente, não trabalha, etc.. Infelizmente é a visão atribuída a nós pela grande maioria.

Se ainda fosse só a família e os amigos, normal.

Eu na verdade, nunca vi isso, por motivos óbvios. Kkk. Porém, já me relataram sobre olhares estranhos por parte de pessoas, quando se deparam com um casal na rua, sendo um cego e outro não.

Se a pessoa que enxerga nesse caso tem uma mente aberta e personalidade, nada disso é problema. No entanto, muitas pessoas não conseguem lidar com tudo isso, não entendendo, inclusive, que essa primeira reação por parte da família e amigos infelizmente é normal.

Basicamente, para uma pessoa cega, independente de com quem se relacione, além de companheirismo, cumplicidade, afinidade, carinho, etc., um relacionamento bem sucedido precisa, necessariamente ter uma coisa a mais:

Ambos não se importarem com o que os outros pensam.