Faaaaaaaaala galera!
Hoje venho aqui falar sobre falta de compreensão e
comunicação.
Já comentei aqui no blog sobre a falta de paciência por
parte de alguns cegos, por não compreenderem o óbvio:
Muitas das pessoas com as quais esbarramos na rua, carecem
de informações sobre a cegueira, não sabendo, consequentemente, como nos
auxiliar. Muitas vezes tomam atitudes que acabam atrapalhando. Porém, isso é
pura falta de informação.
Disse também na ocasião, sobre a necessidade de, mesmo nos
momentos nos quais não precisamos de ajuda, saber dizer isso a quem nos
oferece.
Por outro lado, ninguém aborda a incompreensão contrária.
Existem pessoas que não aceitam serem orientadas.
Já passei por várias situações onde, ao tentar mostrar algo
simple para alguém.... tipo...... A pessoa tenta te puxar pelo braço e você
dizer... Por favor.... Poderia passar na minha frente e deixar que eu pegue no
seu braço?
Já cheguei a ouvir inclusive o seguinte:
“Não gosto de ajudar cego por causa disso.... A gente quer
ajudar e eles querem corrigir.”
Calmamente,... bom.... sei que perdi meu tempo...... rs. Mas
respondi:
Desculpe. Mas se o senhor tivesse realmente interesse em
aprender como proceder e um pouco de humildade para ver não só a sua intenção
mas o efeito da atitude e, o mais importante, saber que nem sempre estamos
certos na vida, não haveria necessidade de ninguém te corrigir.”
Existe uma diferença não percebida por muitos entre a
intenção em ajudar e a ajuda propriamente dita.
Pessoas que por exemplo seguram em nossos braços quando
vamos descer um degrau, tentam nos segurar quando vamos sentar em algum lugar,
etc., tem a intenção de ajudar, desconhecendo o quanto tais atitudes nos
atrapalham.
Eu, por exemplo, tenho um sério problema.
Alguns cegos não passam por isso.... Mas, eu, se alguém
segura no meu braço na descida de um degrau , perco a noção da altura do
degrau, do movimento que eu ia fazer......... Fico mais cego do que já sou.....
Se é que isso é possível. Kkkkkkkkkkk.
Tem uma situação engraçada.
Tem uma banquinha de frutas numa das esquinas que passo
quando venho para o trabalho.
Normalmente eu acho ela e desvio, fazendo a curva para a avenida
e finalmente ir na direção do ponto de ônibus.
Agora você imagina.
Você menos espera e alguém te puxa pelo braço na intenção de
te tirar da direção onde está o carrinho.
Legal, né? Seria, se depois disso eu não perdesse toda a
noção de em que posição da calçada estou, tendo uma esquina pra eu virar e
sabendo que um erro faria eu parrar no meio da rua, na AV. São João. Kkkkkkkkk.
Conversei com o vendedor certo dia para que ele, se possível,
sinalizasse para as pessoas caso alguém tentasse me puxar pelo braço ali,
evitando tal acidente. Ele compreendeu e creio até estar fazendo isso, pois
diminuiu muito a ocorrência naquele ponto.
Apesar que hoje aconteceu. Kkkkk.
É aquela velha história de tentar resolver um problema que
você não tem e te arrumar um muito mais complexo. Kkkkk.
Infelizmente, é muito mais fácil criticar, do que tentar
entender.
Muitas das vezes nem da tempo de falar nada. Um degrau bem à
frente. A Pessoa tenta pegar no seu braço e só dá tempo de ter reflexo e tirar
o braço, até porque costumo andar rápido.
Sei que nesses casos, é muito mais fácil a pessoa dizer:
Tentei ajudar e ele não quis, em vez de tentar entender porque não deixei que
segurasse no meu braço. Mas, fazer o que?
Antigamente eu ficava meio desapontado com isso. Hoje sei
que não adianta... Nem Jesus Cristo conseguiu agradar a todos. Rsrsrsrsrs.
E porque to falando isso hoje?
Porque esses dias estava tomando cerveja no balcão de um bar
e encontrei um cidadão que tentou me segurar pelo braço..... olha o
perigo...... Na subida da escada, entrando no meu trabalho. Tem noção! Eu perco
a referência quando seguram meu braço enquanto ando.... Imagina o que isso pode
causar numa escada?
Bom...... Acidente de trabalho! Kkkkk.
A interpretação do cara foi: “tentei segurar no braço dele
outro dia e ele não gostou.”. kkkkkkkkkk.
Veio me pedir desculpas. Aí fui explicar a ele que não se
trata de gostar ou não e sim, do risco de acidente de trabalho. Kkkkkkkkk.
Afinal ele poderia, sem intenção, fazer o que ele temia....
eu cair da escada. Kkkkkk.
E o pior:
As vezes as pessoas devem pensar:
Não. Vou segurar porque qualquer coisa eu to apoiando.....
Eu seguro...
Falou então....... Será tão fácil segurar um cara de 1,80 e
114 KG durante uma queda? Kkkkkk. Acho que não... É mais fácil a pessoa cair
junto.... rs.
O fato é:
Não basta querermos que as pessoas tenham compreensão com
relação a nós. É, também, tão importante quanto, compreendermos as ações e
reações e intenções delas.
E se mesmo assim, não nos entendem e nem querem entender,
paciência! Pelo menos, a nossa parte deve ser feita.