O que você acha da minha ideia de indicar algum som que curto em cada postagem do Cotidiano Cego?

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Troca de ângulo pelo qual a cegueira é vista!

Faaaaaaaaala galera!

Hoje vou falar de uma coisa que julgo interessante.

A troca de ângulo pelo qual a cegueira é vista.

Isso pode acontecer de várias formas.

As formas positivas, as negativas e as engraçadas.

Positivas.

A pessoa conhece um cego e vê que ele tem a vida normal e o preconceito cai, fazendo com que ela veja o cego como pessoa normal.

Negativa: Uma das negativas que pode acontecer é:

conhecer o cego, ver que é uma pessoa normal, até querer levar um relacionamento afetivo adiante.

No entanto an convivência, ao ver que estarem como um casal na rua as pessoas olham, isso acaba chamando a atenção e a pessoa ao se deparar com aquilo não consegue encarar numa boa.

Não dá pra julgar negativamente. A pessoa as vezes achou que encararia, mas descobriu na prática que não era bem assim.

Agora, como não poderia deixar de ser, as questões engraçadas!

Bom. Há muito tempo eu sou uma pessoa muito ativa na Internet. Passei pela época dos chats, fui usuário do ICQ e do IRC, fui na onda das redes sociais, frequentei chats, hoje utilizo Twitter, Facebook, Orkut, Yubliss, além de instant messengers. Rs.

Logo, muitas pessoas com as quais tenho amizade hoje, conheci por meio da Internet. Até chat por telefone eu já estive e não foi em um. rsrsrs.

Eu sempre gostei de comparar a Internet com outros tipos de comunicação rs.

Mas então. Vou falar de uma situação engraçada.

conheci uma menina. E independente de onde eu conheça a pessoa, se a conversa flui eu logicamente conto que sou cego.

A conversa continuou, não houve preconceito, começamos a nos comunicar por telefone, Orkut e tal.

Até que decidimos nos conhecer..

Beleza.

Próximo ao metrô Armênia. Iríamos ao shopping, marcamos o lugar na estação.

Estou eu esperando no local e nada dela chegar...

Ligo e ela diz: Já to chegando aí!

daí pensei: Vc tá perdida? Será que saímos por locais opostos?

Não... Pera aí que já chego. Acho que não...

Não entendi nada.... Depois ela me liga:

Eu to nervosa!

Aí eu falei... se você não vier até aqui eu não vou ver onde você está!

Ela: É verdade!

Chegou e me cumprimentou.

ela tremia mais do que a terra naquele terremoto no Chile.

Fomos en direção ao shopping.

O que acontecia?

Quando ela olhou e me viu, se deu conta de que não sabia como ia agir e ficou nervosa, travada no mesmo lugar! rsrsrs.

Ela pensando no que fazia. Andava de um lado pro outro pra tentar pensar..... E isso depois ela me contando e eu rindo.

Ela disse: Po ir embora e deixar ele aí é sacanagem! Isso eu não vou fazer. Mas faço o que?

Ela me guiava, mas não conseguia relaxar em nenhum momento! rs.

E eu achando a situação engraçada. Ela não tinha se dado conta. Eu tentando conversar, tentando ver o que fazia. rs.

E ela com medo de eu esbarrar em algo, com medo sabe de que. rsrsrsrs. Não parece mas é normal gente. Quando alguém guia a primeira vez, tem insegurança. Mas ela só se deu conta quando me viu! rsrsrs.

Até que dentro do shopping, ela vira e fala:

André! se você quiser alguma coisa tipo ir no banheiro e tal, você fala tá? kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
Até parece que não falaria né? kkkkkkkk. Eu nunca mais deixei de zoar ela por causa dessa pérola! kkkkk. Depois até ela deu risada porque ela não tinha se dado conta do que tinha feito e falado kkkk.

É normalmente a gente fala isso pra criança pequena. kkkkkkk.

Aí fomos ao MCDonald's.

Aí foi a parte melhor.... Lotado.... ela já nervosa por me guiar em lugares normais..... Imagina. rsrsrsrs.
Fizemos o pedido...

Na hora de pagar, tamanha fila!

E eu ia usar o cartão de débito.

A funcionária que pegou o pedido, vendo a fila e o estado em que minha amiga estava, falou: Putz.... A gente pode ajudar como? Deixa eu ver.... Ele não pode falar a senha não?

kkkkkkkkk. Po eu acho que essa funcionária tava querendo um pouquinho demais né? kkkkkkkkk.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Onde será que essa mulher estava com a cabeça!

Faaaaaaaaala galera!

Me lembrei há pouco de uma história engraçada que aconteceu comigo.

Muitos dizem que se eu estiver sem a bengala, em algum local, não notam que sou cego.

Há muito tempo atrás aconteceu uma ótima.

Estava eu num ônibus. Ainda morava no rio essa época.

Viagem longa, dobro minha bengala, vou curtindo um som, sentado, normalmente.

Eis que, num determinado ponto, sinto alguém tocar meu ombro.

Tiro o fone e respondo: Pois não.

Nenhuma resposta.

Daqui há pouco, tocam meu ombro novamente.

Tento responder e escuto:

Ei! Dá lugar pro cego sentar!

Exatamente isso... Uma moça querendo que eu saísse para que um outro cego, que acabara de entrar no ônibus sentar!

Eu, do meu jeito de sempre, de pronto respondi:

Eu? Dar lugar pra cego? De jeito nenhum! Se tem uma coisa que eu não faço é dar lugar pra cego... O cego que se vire!

Todo o ônibus foi uma só gargalhada!

Até o próprio cego já tinha sacado a situação e estava rindo.

E ela discutindo comigo.

Mas isso é um absurdo! Por isso que esse país tá assim... Ninguém respeita! Olha só... ele tem direito ao lugar....

E eu: Senhora, ele tem direito ao lugar por que?

E ela não querendo falar. É aquela historinha chata do politicamente correto. rsrs.

Ele tem direito ao lugar, você não sabe? Respondi: Não... Ele tem direito ao lugar por que?

Ela... Mas é lei! Ele tem direito ao lugar! Então tá senhora, mas por que ele tem direito?

Aí ela não se conteve; Ele tem direito ao lugar por que é cego! Vai se fingir de desentendido, você não tá vendo? E a galera do ônibus continuava rindo. Até que eu respondi: Não, porque eu também sou cego. Saquei minha bengala. rsrsrsrs.

O motorista ria tanto que com o pouco de força que sobrou tentava explicar que eu realmente também sou cego. rsrsrs.

ela ficou tão sem graça que no primeiro ponto que o motorista parou, ela aproveitou e desceu. kkkkkkkkkkkkkk.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Ofensas ou não?

Faaaaaaaaaaaaaaaaala galera!

Esse post é meio confuso.

Afinal eu ofendo ou não. Não ofendo. Ou será que sim?

Tudo depende do ponto de vista. Mas eu sou cego. sei lá.

Bom, vou logo dizer o que eu to querendo.

Quem lida com o público sabe que podemos nos deparar com vários tipos de situações.

Uma vez no trem. Não tinha lugar.

eu normalmente não peço, também não curto a ideia de que alguém o faça. em fim: estava posicionado no trem tranquilamente.

daqui há pouco vem um sujeito com a voz grave, brava.

A! Não tem lugar pra você, pera aí! Tomou a bengala da minha mão antes que eu pudesse fazer qualquer coisa e eu já pensando: Ai minha bengala! Se ele quebra eu to fodido! Era a minha preocupação.

O que ele fez com a minha bengala na mão eu não vi, mas daqui há poucos segundos ele vira e fala: Pronto jovem! Sente aqui. Vocês teriam coragem de dizer que já iriam descer, ou que não precisava? Bom eu não tive. kkkkk. Afinal minha bengala ainda tava na mão dele e..... Bom... Sei lá o tamanho dele, força e tal.... É melhor sentar rs.

Agora o mais comum:

As pessoas se sentirem ofendidas pelo simples fato de você não aceitar que elas te atrapalhem. Quer dizer: Te ajudem... Ou melhor: Sei la´.... Elas acham que estão te ajudando.

Em fim:

Sei lá.

Tudo bem que tem pessoas cegas que são orgulhosas, tratam mal quando ajuda é oferecida, mas tem pessoas que não adianta a forma que você fale. Elas se sentem ofendidas e pronto.

Outro dia no metrô.

quando saio para o trabalho, meu percurso de metrô é de apenas duas estações.

Então, acho mais prático do que me sentar, me posicionar no corredor, mais voltado para a porta que abrirá na minha estação de destino. Usando o corredor como o metrô indica, no entanto já com deslocamento fácil para a porta.

Assim fiz isso numa bela manhã.

Uma senhora chega: senta aqui!

Tento explicar com toda calma:

Senhora, muito obrigado. Mas é que eu já vou descer.

De qualquer forma muito obrigado pela ajuda.

Escuto de repente: a é? Então fica a vontade! A gente quer ajudar e ainda n quer? Se vira aí!

Nossa! A gente vem com toda boa vontade.
E eu aprendi que não adianta tentar argumentar. se você é cego, anda sozinho há pouco tempo e passar por uma situação dessas saiba que:

1. Se você for ficar chateado toda vez que isso acontecer você não vive.

2. se você argumentar é pior. só analise se você realmente não falou com um tom ríspido para tentar melhorar ou o que seja.

Mas o fato é que eu fiquei ouvindo durante o percurso inteiro. Isso se ela não continuou falando depois que eu desci.

daí ela: É por isso que eu não ofereço ajuda! Nossa! A gente tem a educação antiga de sempre ajudar.... aí eu penso:

Gente, mas que drama! Caramba tudo isso porque eu não sentei! Eu até agradeci! Não to entendendo nada!

E até agora não entendi mesmo.

Agora essa aconteceu ontem:

Por mais corrida que esteja minha vida, quando alguém tenta me ajudar utilizando um procedimento errado eu procuro parar, explicar com jeito. Tipo: se eu te der um toque você não fica chateado? E tento explicar da melhor forma.

A história do segurar no braço vai voltar... Porque é ela que normalmente se repete.

Muitas pessoas, quando você explica até falam: Po, desculpa! Eu não sabia. daí eu digo: Po normal! A maioria não sabe. Mas cabe à gente explicar.

E tudo termina da melhor forma.

Mas calma: Não é sempre assim.

Já expliquei aqui que, ao tentar guiar um cego, você deverá passar na frente dele e deixar que ele segure seu braço, na altura próxima ao cotovelo. Alguns poderão preferir o ombro.

Tudo bem.


Mas devido a idéia de proteção, ao ver um obstáculo, principalmente degrau as pessoas querem tentar segurar. Não estando muito em cima ainda dá tempo de você parar e segurar.

é engraçado que as pessoas seguram e falam: Pode ir!

Aí vai o tato: Senhor, na verdade.... É que como o senhor está segurando o meu braço eu não tenho referência, inclusive para descer o degrau que tem aqui na frente.


É bom ou melhor eu pelo menos acho interessante você passar pra pessoa inclusive que você conhece bem a situação que está ali, pra ficar mais fácil a compreensão.

Muitos compreendem.

Agora vamos ao que aconteceu ontem: De vez em quando você passa por uma dessas.

Desço do ônibus.

Mas de boa. Costumo pegar no mesmo lugar e normalmente já não tenho problema, já que muitos já me conhecem por viajar sempre juntos e já sabem os procedimentos. daí não passo tanto por tentarem me segurar na hora de sair do ônibus e tal.

Desço no ponto próximo à minha casa.

Pouco a frente tem um degrau.

O motorista de um ônibus que estava parado enquanto eu passava, pede para uma senhora que estava próximo, verificar se eu precisava de ajuda. Realmente eu ia precisar. Tinha uma rua para atravessar.

A abordagem. O degrau próximo e ela simplesmente segura no meu braço.

Parei e repito aquela frase que falo pelo menos umas 10 vezes no dia.
Senhora. teu um degrau aqui na frente e como a senhora está segurando no meu braço eu não vou conseguir descer. Podemos fazer o contrário? A senhora passa na minha frente e eu seguro no seu braço? Fica melhor. Inclusive eu vou precisar de ajuda para atravessar a rua.

A moça soltou meu braço.

Procuro o braço dela e... Ué, cadê?

Continuei andando... daqui há pouco o motorista:

Ué, dá pra ele ir sozinho?

só escuto a resposta: Ah! Ele me xingou ainda!

gente..... Bom.... Não entendi...

Gente... Será que com essa reforma ortográfica que entrou em vigor agora, alguma palavra da explicação acima virou palavrão e eu não sei?

Me expliquem por favor! rsrsrsrs. kkkkkkkkkkk.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Acessibilidade na TV

Faaaaaaaala galera!

Existe uma frase antiga que diz: "Uma imagem vale mais que 1000 palavras"

Depende do ponto de vista.

A mas como já disse uma ouvinte da minha antiga web rádio: se você é cego como vai ter ponto de "vista"? rsrsrs. kkkk. Tudo bem.

Mas o que eu quero dizer é: quando se trata de um cego, não é bem assim.

Podemos ver na TV (tudo bem, é mentira e eu não vi nada) kkkk. várias situações que passam batidas.

Alguém já viu aqueles programas de venda pela tv, provavelmente:

é muito comum a pessoa apresentar o produto mais ou menos assim:

Olha como ele é resistente!

Olha o designe! Que acabamento. É super prático e leve! Olhem só!

Até aí você, cego não tem a mínima idéia sequer de que produto estão falando. Talvez o nome já tenha te dado uma intuição mas.

Daí em seguida o apresentador diz: E você pode comprar o produto pelo telefone, sem sair de casa e até mesmo pela Internet!

você vai no site e o que tem:

Imagem do produto!

Sim aí eles falam: Você pode também comprar por telefone, durante o horário comercial!

daí o cego vê uma luz no fim do túnel:

Caramba pelo nome parece ser tal coisa e eu to precisando. Eu ligo lá e confirmo.

daí você escuta: Basta ligar para o telefone que aparece em seu vídeo.......... Já era né? Esquece.

Isso acontece com mais frequência que se imagina! Podem reparar.

Como se pode perceber, a acessibilidade na TV pode ser provida com atitudes simples: Descreva o produto enquanto mostra.

Outro dia li em um blog um radialista fazendo uma certa crítica sobre um repórter estar fazendo isso: Tipo descrevendo como era o local que desabou. Onde estava o resgate, tipo em que posicionamento e ele criticava dizendo algo como: a informação é redundante. eu já estava vendo. Estavam agindo como se eu fosse cego!

Por entender que aquilo foi por desconhecimento e não discriminação (ficar atento com isso as vezes), comentei no próprio blog, perguntando se ele já havia parado e pensado que alguns dos espectadores da reportagem poderiam ser realmente cegos. rs.

E mostrei a ele que tinha um cego lendo o blog! rs. ele respondeu, agradecendo por eu ter mostrado o outro lado. Bom. Minhas suspeitas estavam certas. Desconhecimento. rs.

Mas agora vou contar duas experiências, no relógio cronológico.

Uma aconteceu quando eu era adolescente.

Sabemos que nessa época a sexualidade aflora e muito.

Escuto de um colega:

Po as duas da manhã tem um programa muito bom!

Cara eu assisto de boa no meu quarto é muito da hora!

Duas da manhã... qual canal? Beleza. Pegando todas as informações, sexta-feira, nada pra fazer no sábado e pensei: Po vou conferir o tal programa! Pro horário..... Putz não vou perder.

5 pras duas, ligo a TV no canal indicado.

Ouço o anúncio. Parece legal.

Daqui há pouco estou eu escutando uma musiquinha e nada mais.... Vou escutando a música e nada....

Acaba a música... Um anúncio e outra música...

Eu não entendendo merda nenhuma.

depois que terminou a terceira música eu perdi a paciência e fui dormir.

No dia seguinte, fui perguntar a ele:

Que merda de programa é esse que você me indicou que só fica tocando musiquinha?

Não andré, é o seguinte: Enquanto a música toca, fica uma menina dançando e tirando a roupa. Troca a menina de acordo com a música.

Ai que ódio!

Ele me faz ficar acordado pra isso!

Nossa mas xinguei ele muito. Até que ele responde: Ué cara. Eu falei que o programa é bom. Não falei que servia pra você.... Mas que vontade de matar o cara!

kkkkkkkkkkkkkkkkk.

A outra já na minha fase adulta, mas de uma forma diferente:

Gostava de assistir ao canal aXN.

Tinha algumas séries legais no início dos anos 2000 que não vou me atrever a escrever os nomes porque não lembro a grafia, mas beleza.

Mas eu tinha um problema sério com aquele canal.

eles mostravam a série, dia, mas jogavam o horário na tela!

Aí eu tinha que: Ou chamar alguém que enxerga (nessa época não morava sozinho) pra vir correndo durante o anúncio para me falar, ou ir no site do canal na Internet depois e pesquisar.

Aí eu pensava: E quem não tem computador e mora sozinho?

Vou mandar e-mail pra eles.

escrevir, contei toda a situação, bla, bla, bla.

Na semana seguinte noto que começaram a falar os horários.

Pensei: independente de terem lido meu e-mail ou não, tá legal! Agora acabou a dificuldade!

duas semanas depois começa a veicular um anúncio:

A partir de tal dia, as séries do canal passarão a ser legendadas, preservando o audio original! kkkkkkkkkkk. Adiantou muito!

No próximo post eu vou contar sobre uma saga que começou anos depois disso, quando comecei a praticar inglês e por questões de treino, comecei a optar por assistir no cinema a alguns filmes legendados.

Mas sinceramente eu não esperava que daria tanta confusão! kkkkk.

Amanhã eu conto.

Mas não poderia terminar esse post antes de demonstrar minha felicidade, como apaixonado por esporte e lógico, mostrar o que é uma narração acessível!

Já que no post domingo de futebol na tV eu falei das dificuldades com as narrações de sílvio Luiz, nada mais justo do que agora elogiar um cara que faz uma narração perfeita, no que dis respeito à acessibilidade.

dica: As 500 milhas de Indianapolis domingo será uma corrida narrada por ele!

Teo José!

Desde a época da rede Manchete eu o admiro. A narração dele dá total noção para um cego do que acontece em todos os esportes que narra.

Automobilismo, por exemplo tudo começa com a volta pelo circuito onde um carro é seguido pela câmera. Ele daí vai descrevendo todo o circuito.

O cego a essa altura já sabe como é a pista em questão.

Na hora de narrar a corrida, seja tentativas, ultrapassagens a narração dele além de emocionante é descritiva.

Na hora de um replay de um acidente ou ultrapassagem, novamente ele descreve com detalhes.

Se eu tivesse que dizer algo a ele nesse momento diria:

Cara! Sua narração dá total noção até mesmo para um cego do que acontece.

Parabens!

Não sei se faz isso intencionalmente ou não, mas de qualquer forma, continue!

É isso que eu diria. Já postei isso no Twitter uma vez e já tentei mandar 2 e-mails dizendo isso a ele mas voltou. Um dia eu consigo! rs.

Então é isso galera! Amanhã eu conto sobre as legendas no cinema.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Matéria Gravada com a equipe do programa da ana Maria Braga!

Faaaaaaaaala galera!

Na quinta-feira, a galera do programa Mais Você, gravou uma matéria comigo!

Acompanharam minha preparação para vir ao trabalho, meu trajeto até ele e vão também falar do meu blog.

Não sabemos ainda a data exata que irá ao ar, mas assim que eu souber aviso vocês.

Enquanto isso segue um pequeno aperitivo.

Fotos tiradas no meu ambiente de trabalho, do exato momento em que estavam gravando.

É só acessarem meu perfil no Orkut:

http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=12276481277713099602

Tem um álbum específico para isso. rs.

Quero agradecer à minha amiga mara:

1. Por tirar as fotos;

2. Por aturar essa mala aqui que em toda confraternização da empresa, reclama após serem divulgadas as imagens dizendo: Não to vendo foto nenhuma! Aí ela vai, gentilmente e pacientemente descrevendo foto por foto em texto.

3. Por aturar a idéia que esse cara-de-pau teve, de publicar abaixo o texto descritivo que ela fez das fotos para as pessoas que não puderem ver saberem o que aconteceu.

4. Por me mandar as fotos.

ela vive me zoando dizendo que o dia que eu ficar famoso ela vai querer procurar a revista Caras e depois escrever um livro contando tudo sobre a minha vida.

Putz to ferrado!@ Ela vai contar como são minhas sextas-feira, as noites que eu saio.... Po sacanagem.... to ficando com medo já. rsrs.

E ela ainda brincou com a história da revista Caras no texto que segue abaixo. rs.

Eu só espero que ela não conte que numa vinda de balada eu tive um probleminha com meu pé que ficou doendo uma semana. cego manco é terrível. e foi causado porque eu fiquei depois de chegar em casa, tentando fazer a coreografia do Rebolation. Já tava chapado. rs.

Antes que eu continue falando demais, acho melhor colar abaixo o texto descritivo da Mara, inclusive o da foto que tiramos juntos, para que ela possa provar que é minha amiga depois que eu aparecer.... Palavras dela. rsrsrsrs.

André.jpg: O repórter está te entrevistando, sendo que ele está do lado esquerdo da foto e você do lado direito. Vocês dois estão de pé. O rosto do repórter está encoberto pela câmera filmadora do programa. Nessa foto aparece bem o microfone que tem o logotipo do programa Mais Você. Para você ter uma noção de distância, ambos aparecem do tórax para cima.

André2.jpg: O repórter está te entrevistando, porém a foto foi tirada atrás do câmeraman e acima dele, ou seja, aparece a parte de cima da cabeça do câmera (aliás a careca dele), com a câmera no lado direito dele, na frente dele, aparece a cabeça do repórter e você de frente para o repórter. Nessa foto aparece um pouco a nossa área(desenvolvimento). Bem ao fundo, do lado esquerdo aparece o Morino e a Ângela nas suas respectivas mesas.Nessa foto também aparece a faixa que serve como guia para você, que atravessa a nossa área até a área do José Luiz.

Andre3.jpg: Essa foto é bem parecida com a Andre.jpg, ou seja, o repórter está te entrevistando, sendo que ele está do lado esquerdo da foto e você do lado direito. Vocês dois estão de pé. Porém essa foto foi tirada um pouquinho mais afastada, pois diferente da outra, nessa foto aparece sua barriga e um pouco da sua calça (a outra aparecia somente o seu rosto e tórax). O rosto do repórter também está encoberto pela câmera filmadora do programa nessa foto. Ao fundo da para ver minha mesa e a parede de vidro (você sabia que tem uma parede de vidro atrás de mim, não é janela é parede mesmo....muito legal. Dá para ver bem longe a Amanda (estagiária nova da nossa área). Dá para ver também o microfone com o logotipo do programa Mais Você.

Andre_Ari.jpg: Nessa foto você está sentado em frente a sua mesa e o repórter tá do seu lado esquerdo. Eu tirei essa foto em frente a minha área, por isso você está bem longe. Nessa foto aparece o cameramen e o iluminador com o bagulho que ilumina (não sei o nome). Ah, o Ari aparece de costas, pois ele está encostado na mesa da Isis olhando a filmagem.

Entrevistando_Novaes.jpg: Nessa foto aparece o repórter entrevistando o Novaes. Ambos aparecem de corpo inteiro e o Novaes está olhando o repórter (provavelmente escutando a pergunta que ele deveria estar fazendo). Aparecem também nessa foto o cabomen e o cameramen. De você aparece apenas o braço.

Entrevistando_Novaes2.jpg: Essa foto é bem parecida com a anterior, a diferença é que está mais perto, ou seja, aparece até a cintura de ambos, porém não aparece seu braço. O braço que aparece é do Ari (e é só o braço mesmo). Aparece também o cameramen (só um pedacinho do lado esquerdo do rosto dele).

Entrevistando_Novaes_Andre_Ari_Zero.jpg: Nessa foto aparece o repórter entrevistando o Novaes, mas foi tirada atrás do cameramen. Aparecem o cabomen (do lado esquerdo), o Novaes, você, o Zero(do seu lado direito) e o Ari (do lado direito do Zero). O repórter não aparece pois está na frente do cameramen. Para dar uma noção de distância, todos aparecem do joelho para cima.

AndreMara.jpg: Essa foto é que aparecerá na capa da revista Caras. Você sentado em frente a sua mesa e eu, ao seu lado. Você está do lado esquerdo da foto, sorrindo, com uma camisa verde tipo polo, usando os fones de ouvidos da CET. Eu estou no lado direito, também sorrindo (na verdade eu estava falando quando o Mário tirou a foto, mas meus dentes estão aparecendo). Estou com uma blusa ,de rosa sem manga e meu braço direito sobre o seu ombro direito. Ao fundo está a Bete ao lado da mesa da Elaine, mas não aparece a cabeça dela, só o corpo. Nessa foto também aparece o Ari, sentado em frente a mesa dele, mas a imagem dele está meio tremida, mas dá para reconhecê-lo. Eu acho que essa foto tem tudo para ser um sucesso.

Beijos Mil,

Marinha do Brasil

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Lei de Murphy

Faaaaaaaaala galera!

Hoje é um dia feito especialmente para me lembrar que a lei de Murphy existe e como ela funciona!

Primeiramente, tenho crise de Sinusite que atacou de uma forma insuportável às 3 da manhã.

Procuro um remédio. Lembro que esqueci de comprar.

E eu sou mestre em só lembrar de comprar o remédio durante a crise, usar e perder o vidro logo que ela passa.

E não foi diferente! Procurei o remédio que comprei da última vez. Achei? Lógico que não. Pra variar eu perdi o vidrinho.

O jeito é procurar uma boa posiçãoa té aliviar.

Depois de muito tempo o congestionamento alivia. No entanto, celular desperta. Hora de levantar e ir trabalhar!

Não acredito.

Tá. Tomo meu banho, me arrumo, me preparo para sair de casa e... Pancada de chuva!

Bom, é esperar diminuir. Bengala e guarda-chuva não foram feitos um para o outro.

Por que isso?

bom, você segura o guarda-chuva em uma das mãos e a bengala na outra.

Uma vez fiz isso e já ficava pensando na hora de atravessar. com que mão eu seguraria no braço de quem fosse me ajudar a atravessar.

Mas mesmo assim usei.

Só que daí o guarda-chuva prendeu no galho de uma árvore. Quando fui tirar, o galho balançou e a água veio toda em cima de mim. Facilmente descobri que sem o guarda-chuva eu me molharia menos!

Então por isso eu nesse caso precisaria esperar ver se achuva diminuía. Se não eu teria que tentar um outro improviso... Capa, jaqueta de couro e boné pra proteger a roupa e a cabeça, sei lá....... é uma grande questão de raciocínio. rs.

Na quela loteria se a chuva passaria, diminuiria ou se eu teria que partir para o grandioso método "Vire-se do jeito que dá", rs, esperei.

A chuva diminui.

Saio e vou tomar café.

Na hora que estou me preparando pra pagar e sair da lanchonete, outra pancada de chuva.

Já tinha saído de casa. Não havia outra coisa a fazer.

Esperei.

15 minutos depois a chuva diminuiu.

Vou para o Metrô.

Chegando na escadda para entrar na estação vem uma moça e me segura.

Moço. Pra esquerda.

Senhora: deixa eu te explicar. Se alguém me segurar eu não consigo andar. Perco a referência.

Ela me segurava bem na cintura.

Primeiro lance de escada.... Pra esquerda.... ela me segura de novo.

Eu tá. Só que a senhora continua me segurando.

E eu sem poder andar, parado no meio do caminho, um monte de gente querendo descer e eu não podia sair porque a moça me segurava... Até que ela disse: A tá. E me soltou.

Ufa, finalmente!

Nessa altura eu com a bengala tentando me relocalizar de onde eu estava, porque minha referência a essa altura já era.

Me localizei, desci e fui na direção da catraca.

Passo e vem um funcionario me auxiliar no embarque.

chegando na plataforma... cadê o metrô? Nada!

Parado devido a um problema na estação Barra Funda.

Continuo na minha. afinal, já aprendi que nunca devo fazer aquela pergunta: O que mais pode dar errado?

Pela minha experiência de vida, todas as vezes que perguntei isso acabei obtendo resposta. Por esse motivo resolvi continuar quieto.

No entanto, a resposta veio mesmo sem eu perguntar. 15 minutos chega o metrô e, passou direto pela estação Marechal!

Provavelmente eles devido ao problema que deu devem ter feito como é no horário de pico no fim da tarde. algumas composições passam direto por certas estações.

Fui, saí da estação lotada, embarco no ônibus e na saída o cobrador se desloca e cisma que tem que me segurar na hora de eu descer os degraus do ônibus! Mas quando será que as pessoas vão conseguir entender que se segurar eu não consigo descer? Pensei eu.

vou repetir mais uma vez. se quiserem ajudar, passem na frente do cego e deixem que segurem seu braço. No caso de descida de ônibus ou saída da condução, alguns, como é o meu caso, podem preferir não segurar e ter a referência da bengala.

Venho na direção do trabalho e... chuva aperta. Ainda bem que estava perto!

E pra piorar tudo, talvez alguns vão achar que eu inventei isso tudo, já que toda vez, não sei por que eu posto aqui e o blogger fala que eu postei em um horário que dá uma diferença de pelo menos 3 horas antes da hora que eu realmente postei!

Deve ser alguma configuração que eu devo ter esquecido de mexer e não tive tempo de modificar. Afinal eu costumo digitar os posts normalmente correndo, devido à questão do tempo rs.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Baixa Visão

Faaaaaaaaala galera!

Agora vou dar um toque aqui que muita gente não deve parar pra pensar.

Normalmente, na cabeça de algumas pessoas, existe o cego e a pessoa que enxerga.

Só que além desses existe a pessoa com baixa visão.

Esse sim tem deficiência visual.

Cada caso é um caso, o que dificulta mais a compreensão das pessoas com relação a eles.

Eu costumo dizer que o baixa visão é aquele cara em cima do muro. Ainda não decidiu se é cego ou se enxerga. kkkkkkkkk.

Falando sério. Acho que a situação deles deve ser mais difícil que a do cego.

Alguns tem um tipo de visão só prejudicada (ou lateral ou periférica), ou dependendo do quanto enxergam, algumas coisas conseguem ver outras não.

Como explicar para um cidadão que o vê na rua, que ele desviou do poste que ficou pra trás há alguns metros, mas precisa de ajuda para atravessar a rua, pois não vê o suficiente pra isso?

Se com o cego o pessoal já se embanana todo...

Pior que tem pessoas com baixa visão que não aceita a deficiência e fica querendo mostrar que enxerga mais do que realmente enxerga.

Uma vez presenciei um baixa visão batendo com a cara na parede. as pessoas falavam: coitado! Eu dizia: Bem feito!

Ué... se ele aceitasse que não enxerga direito e usasse a bengala que tem que usar ele não batia.

Mas vamos ao lado engraçado do baixa visão.

Tenho um amigo que certa vez resolveu me guiar. Quase me joga de cara na parede.

Minha bengala estava a postos pra me proteger da pancada rs.

100 metros depois, ele olha e fala: Olha que morena linda passando ali!

Eu xingava muito.... O desgraçado na hora de ver a parede ele não viu e eu quase bati. Mas a mulher que passava ele viu!

Comecei a chamar ele de cego do Paraguai!

Esse mesmo cara.

Estávamos num taxi indo para uma balada eu, ele e mais 2 cegos.

Dentro do taxi ele olha pra fora e fala:

Nossa! Que loira linda passando ali!
Aí um outro amigo chega pra ele e diz: Fala sério! Tu é baixa visão! De repente é um cabeludo que tá passando ali e você dizendo que é uma loira linda! ele: não! de forma alguma!

O taxista começa a rir.

Perguntamos: Tá rindo de que, motorista? Também queremos!

Bom... É que na verdade, era um cabeludo mesmo!

kkkkkkkkk a gente ria muito e ele tentando justificar o injustificável.

Uma das características do baixa visão é confiar cegamente no que vê. Mas cegamente? Ele não é baixa visão? tá. Antes que minha cabeça se confunda, contarei a história.

Umcasal sendo um cego e ma baixa visão estávam num evento, no qual encontraram outra amiga cega.

Intervalo, queriam tomar um café e foram informados que havia uma padaria próxima ao local.

A amiga baixa visão, confiando no que estava vendo,... Achei a padaria!

Entraram.

O cego pergunta:

O que vocês tem de salgado? Não trabalhamos com salgados, senhor.

Então lanches.

Começaram a perguntar e o senhor explicando com toda boa vontade sobre os lanches.

A baixa visão, que foi quem encontrou a padaria, começa.

Vocês tem pão de queijo?

Não temos.

Como não? Mas que padaria é essa que não tem pão de queijo? Aqui não é uma padaria?

Não senhora. É o MCDonald's!

kkkkkkkkkkkkkkkkk.

Eu ri muito quando eles me contaram. kkkkkk. e eles também riram no local. kkkkkkk

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Aventuras na virada cultural

Faaaaaaaaala galera!

Nesse post eu vou falar um pouco das minhas aventuras na virada cultural e também um pouco do assunto Cão Guia, que é polêmico.

Ué andré mas por que você vai juntar as duas coisas?

Simples. Tem uma cadela guia na história. kkkkkkk.

Minha aventura começa no sábado, com algumas mudanças de planos.

Ia encontrar com uma galera do trabalho para assistirmos ao show dos remanescentes do conjunto Buena vista, às 18 horas.

como acordei às 18:30, vocês agora já sabem né?

Até que depois um amigo me manda mensagem dizendo: Vamos pro 8... e eu lá vou lembrar onde fica o palco 8? Eu só lembrava os locais e horários do que eu queria assistir.

Então vamos lá. Próximo programa. Praça Julio Prestes, assistir Zélia Duncan.

Fui lá. Cheguei o show já tinha começado e fiquei longe do palco porque tava lotado já.

Dava pra ouvir as músicas com uma mistura do som dos instrumentos com o das caixas que distribuíam o som.

Mas foi um show legal.

Conheci uma galera e começamos a bater papo.

Eis que na saída falaram: Po a gente vai pro trem das 11. Tá a fim?

Pensei: A... Eu ia pro Cidade Negra, mas já fui uma vez. Esse trem das 11 deve ser legal né?

Bom chegou o trem das 11, só que não conseguimos embarcar.

E ele passava só de uma em uma hora.

Daí chegava sempre um perguntando: Aqui é a fila pro trem das 11? E eu sempre que podia respondia. O das 11 já era. agora só o da meia-noite.

Vira e mexe alguém ria, até que um muito espirituoso responde: Não. Tem o das 11 da manhã agora.

Bom, a fila muito grande, dava volta na estação da luz. Até que em um momento a fila quebra e alguém começa a falar que eu e a galera que estava comigo não fazíamos parte da fila.

confusão, até que uma pessoa de iniciativa resolveu a questão organizando a tal fila.

Eis que chega o trem da meia-noite. Ou seria das 11? sei lá.. O trem das 11 à meia-noite. Em fim: Conseguimos entrar nele.

Bom, eu só estava com uma preocupação que graças a Deus não aconteceu durante a virada. eu ficar sem cerveja. rs. Vários vendedores próximo aos palcos que quando percebiam um consumidor sempre passavam gritando, ou perguntando: Mais uma?

voltamos ao trem.

Valeu toda aquela fila e confusão. Ele seguiu da Luz até o Brás, com uma banda tocando Samba e essa banda passeava pelos vagões.

Ao chegar no Brás, um boneco do adoniran Barbosa recepcionava contando algumas histórias da maloca.

em seguida, eram representadas senas relacionadas à algumas músicas dele. depois da sena uma banda tocava a música em questão.

Em suma: Pra quem valoriza a música e gosta de conhecer sua história, foi um programa imperdível. Quem não foi, perdeu.

voltando para a Luz, me separei do pessoal que eu tinha conhecido. Eles iriam assistir Jair Rodrigues.

Eu, iria para a Vieira de carvalho para assistir Luiz Caldas.

Pensei:

Tentando chegar próximo uma hora antes do show, eu consigo até às 3 da manhã que será o início ficar num lugar legal, bem no meio do povo. Dito e feito. Cheguei e tava lotado e fiquei só aguardando terminar o show do Sidney Magal, pra galera começar a sair e eu ir bem lá pra frente.

Mas, onde eu estava também não era difícil conseguir cerveja. rs.

Acabei conhecendo um camarada que já tava altamente bêbado e a família estava toda junto. Mãe, esposa, filhas. rs.

O cara tava tão bom que nem o telefone dele ele lembrava mais e cada hora que ele me passava era um número diferente e ele dizia: Pera... Não é isso não... rs.

Até que depois eles foram embora.

Nos despedimos. era uma galera super do bem.

até que eu percebi pela movimentação. É a hora.

O pessoal saiu e a galera que queria assistir Luiz caldas começando a chegar. Na minha frente, pouco som de pessoas. É agora... Armei minha bengala e fui eu bem lá pra frente... Onde eu queria. rs.

Só escuto comentários: Impressionante! O cara é cego... como ele percebeu que se ele quisesse ir pra frente o momento era agora?

Luiz Caldas começa a tocar, dobro minha bengala, amarro na sintura e começo a dançar, junto com a galera. foi um show daqueles!

Termina o show e eu resolvo ir pra casa. Bem devagar, no meio da multidão, sabendo que precisaria de paciência.

Uma senhora passa por mim quando eu caminhava em direção ao metrô e dizia: Moço, você tá sozinho? Sim to.

Porque eu sou assim. Se eu quero fazer algo e encontro alguém que queira, legal. senão eu pego minha bengala e vou eu. rs.
Eu não tinha comentado com ela e ela disse?

Você não tem medo? Eu disse: não.

ela você sabe onde está? Mas é incrível como tem gente que acha que cego não sabe onde está. rsrsrsrs.

Você mora onde? Eu respondi: Moro aqui no centro. Ah... Por isso que você anda assim con tanta segurança né?

Nossa gente aleluia! ela conseguiu entender que eu conhecia o lugar rsrsrs.

Estou voltando na direção do metrô. Chega uma das frequentadoras do arouche, e me pergunta:

Amigo você está indo pra onde?

Para o metrô. Te deixo na catraca.

Agradeci e fomos. Ela já tava doida.

Dava boa noite pra todo mundo que passava e quando não respondia ela: Que povo mal educado!

Nem responde nosso boa noite! Né amigo?

Daí respondo: É verdade... Mas... Te chamo de amigo ou de amiga? sei lá né? Era melhor perguntar..... ela responde: Sou sua amiga, por favor.... tá bom...

O boa noite era respondido por outras amigas, digamos. Já que a região do Arouche tem várias.

Nessa hora me passou pela cabeça. algumas pessoas, além de não responderem ao cumprimento, deveriam estar fazendo uma tremenda cara de reprovação.

Infelizmente, a homosexualidade, Bisexualidade e afins ainda não são aceitas pela sociedade como deveriam e o que mais você encontra são pessoas que fingem aceitar.

E ali eram duas situações que fogem aos padrões. Um cego, sendo guiado por um homosexual.

E eu, naquela zoeira de sempre. Teve uma hora que ela disse:

Nossa! To bêbado! Daí eu: ei! dá pra você decidir logo se tá bêbado ou bêbada? Ela começou a rir. rsrsrs.

Aí chegamos na entrada do metrô. Maior tumulto. Ela queria que as pessoas me dessem licença para entrar na estação antes, para não enfrentar o tumulto. Achei até a intenção legal. só que a forma de abordagem...

ela chegava empurrando...

Depois gritava; É o meu amigo deficiente visual.. eu não vou deixar de colocar ele aí dentro!

Eu pedia calma pra ela. Eu sabia que a entrada do metrô ia requerer paciência...

daí pensei também.

Talvez aconteça com os homosexuais o que acontece com os cegos.

Quando tomamos uma atitude não adequada, agressiva ou em fim, qualquer falha, a sociedade tende a generalizar.

Naquele caso pela atitude dela as pessoas que ali estavam, no mínimo devem ter levado aquela imagem de homosexual, quando nem todas as pessoas são iguais independente de certas características.

depois dos escândalos e eu estar finalmente na catraca do metrô, fui pra casa.

Acordo às 11 da manhã e me lembrei que um amigo queria ir no palco da São João. Ainda dava para assistir o que queríamos. Raimundos, Arnaldo Antunes e titãs.

A Pitty a essa altura já era. rs. O show seria as 9:30.

combinamos de nos encontrarmos ao meio-dia, almoçar e caminho da são João!

Ele chega na minha porta com sua cadela guia.

Aí vamos parar e pensar.

cão guia.

Ao contrário do que muitos pensam, eu não sou contra cão guia e sim contra atitudes de alguns usuários e valta de bom senso na hora de decidir por ter ou não ter, onde ir com ou sem.

Num local lotado, virada cultural, barulho excessivo... Até onde isso não será prejudicial à saúde do animal?

Tipo a minha vida. curto minhas baladas fins de semana. se eu vou virar a noite problema é meu! Submeter um cão que não tem escolha e culpa a essa situação já não é legal ao meu ver.

Quando saio para o trabalho, não obstante pego conduções tão lotadas onde até a minha entrada é difícil.

O cão é treinado? Sim. Ele sabe guiar? sem dúvida; Mas e a saúde dele?

Será que não é prejudicada por esta situação?

E não é suficiente o argumento muito utilizado por alguns usuários de que existem as compensações depois. Olha... stresse não tem compensação. Me desculpem!

Na verdade acho que deve haver um debate maior, até mesmo com a sociedade protetora dos animais, para se chegar a um consenso e haver até algumas restrições ao meu ver.

Então fomos lá...

Chegamos no palco. Raimundos fazendo maior show. Encontramos uma galera, fizemos amizade e começamos a tomar cerveja!

Paramos próximo a essa galera e alertei a ele que era melhor parar por aí. Poderia estar rolando bate cabeça mais na frente e seria complicado para a cadela. Eu até gostaria de entrar na parada se rolasse mesmo, mas..... rs.

Paramos e a danada da cadela queria puxar a gente pra muvuca. rsrsrs.

Paramos lá e curtimos o show.

Raimundos saindo do palco e a missão dar água para a cachorra. rsrsrs.

tinha gente vendendo água, mas a gente não tinha arrumado um copo ou algo assim pra fazer isso.

Paramos em um restaurante próximo pra tentar comprar pelo menos a água da cachorra.

e lógico, de repente comeríamos e beberíamos alguma coisa.

Eis que nossa entrada foi barrada.

Bom, fica para conhecimento. Aqui em são Paulo, Rio e algumas outras localidade, não se pode proibir a entrada de cães guia em estabelecimentos.

se você é dono de estabelecimento seja comercial ou o que for, informe-se antes de tomar essa atitude, senão vai estar encrencado. rsrsrsrs.

Muitos não cumprem a lei, talvez por desinformação. O cão guia é altamente treinado. Não morde ninguém e muito menos vai fazer sujeira no seu estabelecimento.

A alimentação é controlada para que o dono tenha noção aproximada dos horários e os animais também dão sinal caso estejam precisando rs.

então, deram várias desculpas no sentido de não nos deixar entrar.

eis que chega um camarada que já tava super louco e resolve comprar a briga. O cara já tava louco, sem camisa, resolve gritar... Os caras fecharam a porta para que a gente não entrasse. O maluco já resolveu começar a bater no vidro, fez escândalo... então... a situação já tava difícil e o cara ainda tava piorando. Lembra daquelas pessoas que eu digo que querem ajudar quando você não precisa e acabam atrapalhando?

Então. Ele estava certo, assim como a gente. só que a forma dele agir não estava.

Tinha 2 policiais almoçando lá. saíram, falaram que estávamos certos e que iam resolver.

Eu falei que a gente só tinha uma prioridade. comprar água pra dar pra cadela. aí o dono saiu dizendo que entrar com ela a gente não podia, no que os policiais falaram que isso ele não podia fazer. ela era guia. Aí ele veio com a desculpa de que não tinha visto que éramos cegos. Putz será que ele também era?

No fim acabamos entrando e resolvendo o problema. Consumimos normalmente no local e saímos.

Voltamos para o Show do Arnaldo Antunes. Depois do show, tentar acesso ao banheiro químico e encarar o próximo show. Titãs.

A cadela até que fazia sucesso. Várias pessoas passavam, brincavam com ela. rs.

Falamos em brincar com cão guia e nisso acho interessante dar um toque.

Nunca o faça no momento em que ele estiver guiando.

Motivo: Todos gostam de carinho, certo? Com o cachorro não será diferente e ele poderá perder a concentração, fazendo com que o cego bata em algum obstáculo ou algo parecido.

Se quiser brincar, fale antes com o dono, para que ele possa soltar a guia e colocar o cão numa posição a qual ele foi treinado para entender que nesta hora ele pode brincar.

Outra coisa interessantíssima. Em hipótese alguma jogue algo para que o cão coma.

Por 2 motivos.

Ele é treinado para não pegar nada do chão e é interessante que ele não perca esse treinamento, até para que o cego não passe constrangimento em algum restaurante ou até mesmo na rua com o cão catando coisa do chão ou pedindo comida.

O outro motivo é: Se ele come fora de hora, provavelmente terá de fazer as necessidades também fora de hora e se estiver passando mal, fará onde não deve fazer sem que o cego tenha controle sobre isso e lá vem o constrangimento de novo.

Tinha horas que até eu queria ser a cadela! É que vira e mexe vinha alguma menina e começafa a fazer carinho nela! Ai que inveja! Nem precisavam ser várias. Uma só já tava bom! Sou humilde! kkkkkk.

Por enquanto é só isso gente.

Até mais!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Viajando na maionese parte II

Faaaaaaaaala galera!

Vamos ao viajando na maionese parte II, contando duas situações muito interessantes.

As referências do cegos são imaginadas de várias formas por quem enxerga.

Algumas são facilmente explicadas. Outras, por mais que tentemos explicar como sabemos que estamos em tal lugar, é fácil saber, mas difícil explicar. rs.

Bom a primeira história aconteceu num ônibus, quando eu vinha para o trabalho.

Chegando no ponto onde eu desceria, levantei do banco onde estava sentado, dirigi-me ao cobrador e avisei que desceria no próximo.

Nesse momento, começa uma discussão dentro do ônibus.

Mas como ele sabe que chegou no ponto dele? Será que ele conta os pontos. O outro. Acho que não. Porque se o motorista não para em algum... Quando eu ouvi isso pensei. é, esse tá no caminho certo. daí a moça:

Ué como ele faz então? O outro não sei... Só se ele presta atenção nos movimentos do ônibus. curvas, daí ele deve ter mais ou menos o mapa na cabeça do trajeto que o ônibus faz... Aí eu pensando. è, bem inteligente!

A moça: A mas não é possível! Será que tem como? E eu querendo rir. O Cara. Não sei. Talvez não seja isso. só me passou pela cabeça... Ué mas como será então?

Agora é engraçado que a discussão rola meio que. Tipo... Não dá pra entender.

A discussão seria muito menor com uma atitude bem simples. Me perguntar. rs.
Claro. Entendo que algumas pessoas não conseguem lidar com a situação e ficam com receio de perguntar. Mas o que eu acho engraçado é que conversam sobre o assunto naquela de: Não vou perguntar porque não sei a reação. Vamos só deduzir entre a gente. Mas falam alto dentro do ônibus como se o cego também fosse surdo e não estivesse escutando! rsrsrs. Olha a contradição!

A mas deixa eu então desvendar.

Na verdade com o tempo que fazemos determinado trajeto, desenhamos na mente um mapa. Isso em qualquer lugar. Rua, dentro da nossa casa, ambiente de trabalho.

Evidentemente que com uma condução será assim também. Daí você só precisa prestar atenção para acompanhar o trajeto feito com o mapa que você tem.

Ou seja o senhor embora não estivesse seguro disso, estava certo.

Agora em casos de mudança de trajeto por fuas fechadas e tal, ao perceber a mudança existem duas situações. Se for numa região que você conheça bem, como por exemplo onde mora e você consiga identificar em que rua o ônibus entrou, beleza. se não, ou mesmo que você identifique saiba que haja mais de um caminho possível e que te deixará talvez não no mesmo lugar, porém próximo, é conveniente perguntar ao motorista o que ele vai fazer. assim como qualquer pessoa faz. rs.

Como sempre, deixo a mais engraçada para o fim.

Minha admissão no trabalho. Comecei a coletar informações do tipo: Onde fica o ponto de ônibus para eu voltar, se é mais rápido eu ir de ônibus ou Metrô, visto que vim de metrô e caminhei uns 15 minutos até chegar.

Daí um recém colega de trabalho, que hoje é amigo, disse:

Eu vou contigo até o ponto. daí você aprende.

Como ele estava me guiando, peguei o caminho só que por não estar usando a bengala rastreando não achei uma referência que pudèsse me fazer notar que cheguei, ou que estava bem próximo. sabia que atravessava e caminhava um pouco, mas ainda não dava pra mentalizar a distância com apenas uma vez. Hoje eu sei. Foi só ir a primeira vez sozinho que localizei a referência que precisava.

Mas em fim:

Comentei com ele isso.

No dia seguinte ele chega todo feliz:

André! achei a referência pra você.

eu pensando.. Ai meu Deus!

Então... É o seguinte:

Quando você atravessar, vai caminhando na direção. conta 72 passos que você já vai estar no ponto....

Eu não me contive... comecei a rir...

Cara, e vc acha que eu ando na rua contando passos?

Ele respondeu.. Po mano! Tive tanto trabalho pra contar os passos!

Eu até hoje imagino a sena.

Ele indo, contando, perdendo a conta, voltando, contando de novo...

Sem contar que o passo dele não é necessariamente igual ao meu né? rsrsrsrsrsrs.

Gente, volto em breve!

Tchau!

terça-feira, 11 de maio de 2010

Fim de semana em Bebedouro

Faaaaaaaaala galera!

Há história é antiga, já se passou há alguns anos, mas lembrei dessa aventura que vivi e que já tinha escrito sobre ela em uma rede social à qual faço parte.

Transcrevo abaixo. rs.

Fim de semana e eu pronto para ir a Bebedouro. Bebedouro é uma cidade do interior de SP e na época namorava uma menina de lá.

A gente descobriu que nascemos para ser amigos. Mas vivemos juntos muitas histórias loucas.

Sexta-feira. Festa de despedida de uma amiga que ia buscar um cão-guia nos Eua.

Embora seja contra a utilização de cão para esse fim, mas, ia lá.

Mas tinha que viajar para Bebedouro e o último ônibus saía às 23 H.

Era muito cedo.

A comemoração seria na zona leste e até eu chegar, ficaria muito pouco com o pessoal e teria logo que ir embora, pois estaria longe da rodoviária.

Vou eu para a comemoração, de mochila nas costas como quem fosse viajar.

Tá bom...

Descobri que tinha um ônibus para Ribeirão Preto à uma da manhã. Aí pensei. Legal, ficou num horário mais tranquilo. Chego lá pela manhã e pego um ônibus para Bebedouro..

Tá certo.

23 horas saio do local...

Nada de passar ônibus...
Mais ou menos meia noite passa um ônibus... Parque d. Pedro... Não serve... Aí o motorista me diz... Amigo, é esse ou nenhum...

Ou seja não ia passar mais nenhum ônibus lá. E a essa altura eu pensei. Minha viagem já era...

Metrô fechado, uma amiga desesperada porque já não sabia como chegaria em casa... E eu rindo...

Ela disse: Você mora onde? Barra Funda... Bem mais longe que ela... Ela: E como você vai chegar em casa seu doido? Eu respondi: Não me faz pergunta difícil agora não.... Faz uma mais fácil!

Aliás eu sei lá como eu chegaria em casa... Talvez parar num bar até amanhecer.

Como eu suspeitava a viagem já era porque cheguei no ponto Final do ônibus 5 pra uma, ele sairia dentro de 5 minutos e a rodoviária do Tietê tava na zona Norte enquanto eu tava na Leste... E moro no centro, quase Oeste...

Como vou pra casa?

Tá.... A essa altura no grupo cada um já estava conseguindo pegar ônibus indo pra suas casas...

Até que tem um ônibus chamado parque da Lapa... Perguntei por onde ia para ver se ele passava onde eu queria.

Sim passava e o próximo e último seria à 01:30 H.

Falei, vai ser esse.

Ao chegar próximo pensei...

Em avenidas principais tem aqui os chamados corredores de ônibus. São vias expressas. Inclusive quando o ponto é em uma dessas vias, que só ônibus podem andar, o desembarque é por uma porta que fica do lado esquerdo do ônibus...

E eu só pensando...

Fico no meio da pista. Como eu vou conseguir ajuda pra atravessar essa hora?

Até que levei um papo com o motorista pois já que o ônibus tava vazio e não tinha ninguém se ele poderia ir pela direita...

Graças a Deus ele concordou. rs.

Chego duas e meia em casa.

Pensando. 5 horas eu acordo e vou para bebedouro.

Acordei, tomei banho, corri para o metrô.

Deu um problema e nada dele chegar no Tietê...

O detalhe é que na madrugada anterior ligo pra minha namorada pra avisar que ia perder o ônibus ou que já tinha perdido.. Crente que ia tomar bronca, mas ela quando ouviu começou a gargalhar... Riu muito da minha cara.... ahahah.

Chego na rodoviária 10 pras 7...

5 pras 7 sou atendido e queria saber qual era o próximo para Bebedouro. Até que sou informado.

Amigo... 7 Horas...

Só que é o seguinte... Você vai ter que correr pra pegar... Vai arriscar?

Vou...

Seguinte: qual é o próximo... Depois desse só meio dia... Bom. Visto que no domingo teria que voltar, meio dia nem compensaria.

Vou arriscar...

Na hora de imprimir a passagem dá um problema e nada dela sair.... 3 minutos só pra ela sair... Faltava já 2 minutos...

Tá bom...

O funcionário que estava do meu lado chegou e disse: Preparado? sim...

Começamos a correr desesperadamente pela rodoviária, ele dando sinal pra todo mundo que tava na frente, e nóis correndo, correndo...

7 Em ponto e estávamos chegando. Até que ele vê o ônibus querendo sair e deu sinal. O motorista abriu, subi correndo e sentei na poutrona ofegante, cansado, ligando pra minha namorada e dizendo respirando fundo... amor, embarquei... Ela: O que é isso? você tá passando mal? Não amor, depois eu te conto...

Tá.... Pra minha infelicidade aquele ônibus era o que parava em vários lugares, não era o direto. Uma viagem de 5 horas demoraria 7.

Conversa no telefone. Ela já tava chapada e me liga dizendo:

Amor me liga quando tiver em Jaboticabal...

Fiz isso...

Até que desembarco na rodoviária e... Onde ela tá?

Depois de 15 minutos ia ligar pra ela. Pensei na possibilidade de como ela só enxergava 20% não ter me visto.

Eis que ela me liga e pergunta: Onde você está? Na rodoviária. Ué por que não me ligou? Você pediu que eu ligasse em Jaboticabal... I esqueci... Guenta aí...

Uma amiga que tava de carro foi lá com ela me buscar...

Depois desse sufoco todo, 7 horas de viagem e uma parada que só deu pra eu fazer um lanche e ela me pergunta: Amor você quer almoçar? rsrsrs.

Tá bom...

Almoçamos e saímos pra beber...

Chegamos chapados. rs.

No domingo fomos há um clube e começamos a beber e aproveitar a piscina.

Estávamos com amigos e ela falou pra mim:

Amor me dá sua bengala que eu guardo na bolsa. Aqui eu conheço e consigo te guiar, além da gente estar de carona.

Tá...

Saímos de lá bem chapados e fomos pra casa dela, almoçar às 16 H.

Tá...

Fui descansar um pouco...

Eis que derrepente, eu nunca vi um porre curar tão rápido. Ela chega e berra no meu ouvido.

André, não tem ônibus pra vc voltar...

Eu acordei meio zonzo...

Como assim? E não tinha visto passagem. Tinha esquecido e o pior que precisava trabalhar no dia seguinte:

Pera aí mas e pra ribeirão. Pra Ribeirão o último é 19 H. E que horas são? 19:30... Pronto...

Pensei...

E agora?

Mas pera aí... Por que você tá dizendo que não tem ônibus?

Acabaram de me falar que o meia noite e 10 tá lotado. Eu disse... Tenta ver o 22:30. Você tá louco, não tem ônibus nesse horário. Tem. Só que ele vai parando, mas tem....

Ela liga e o telefone já tava ocupado...

Eis que finalmente ela consegue...
Tem 7 vagas..... Guarda uma que eu já to chegando pra pegar... Ela repete pro cara...

Quando eu tento sair pra pegar a passagem... Amor cadê minha bengala?

Mas eu te devolvi... devolveu não....... A gente não lembrava onde a bengala foi parar... tocamos a procurar.

Ela procura com a visão que quase não tem... Ligou pra amiga que tava com a gente pra perguntar se não tava no carro... Ela disse que ia ligar pro filho pra ver porque o carro tava com ele.

Não tá... E pra ajudar ela mobilizou as duas tias. Uma com 89 outra com 86 anos.....

Ninguém achou...

Lembramos do Vanderlei que também é cego e talvez tivesse uma pra me emprestar, porque como eu voltaria pra São Paulo sem bengala. Mesmo que a dele não fosse apropriada pro meu tamanho, mas melhor do que nenhuma.....

Ele disse que tinha e que já tava indo lá levar....

Ele chega com a esposa...

To cumprimentando. E a Luciana, (nome da minha eis) procurando.

Quando eles chegam, eu já agradecendo, Luciana grita lá de dentro:

Achei!!!

Eu imagino a cara que eles fizeram!!!!! ahahahahah

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Mengão na Libertadores é emoção pura!

Faaaaaaaaala galera!

Na última quarta-feira, fui eu ao Pacaembu assistir ao jogo Flamengo e Corinthians pelas oitavas de final da Libertadores.

Olha. Foi muito sofrimento, comemoração, vibração.

Mesmo que eu escrevêsse durante 3 dias direto, mesmo 3 meses ou 3 anos, não conseguiria descrever com exatidão.

Não é a primeira vez que vou a um estádio, mas nunca fui num jogo de tanta importância.

Muito show mesmo.

Muita felicidade.

Lá, conheci o Gustavo Serra.

Ele escreve sobre o Flamengo no blog Clube dos 4.

Inclusive, hoje ele postou um artigo sobre essa classificação e me citou no blog.

Segue o link para o artigo:
http://www.jblog.com.br/clubedos4.php?itemid=21059

O cara é muito gente boa e, é visível, até mesmo para um cego, rsrsrs, que o cara não só escreve sobre o Flamengo, como torce com emoção.

No artigo referido também tem um vídeo mostrando um pouco da emoção e da nossa comemoração no fim do jogo.

Agora, como não poderia deixar de ser, vamos aos bastidores.

Fui com um amigo assistir ao jogo. Mas no caminho até o estádio estávamos em 3.

Um me guiava e o outro vinha na sequência. O combinado é que tomaríamos umas cervejas antes do jogo, iríamos para o estágio e de lá, um deles iria para casa.

Este me guiava. Chegando na entrada do estádio. Há algumas quadras de distância já estava tudo lotado. Muitos corinthianos.

Eu e um amigo conversando e o outro conversando, sei lá se era no celular ou em que.

Passamos. Daí um grupo de corinthianos.

Um toca no meu ombro... E aí, 3 gols de Ronaldo hoje?

O outro que conversava sei lá com quem, me fala nesse exato momento: Quê? Vai chover hoje?

Agora imaginem... Nós em 3 pessoas... Mais de 20 corinthianos perto e ele me fala uma dessa.

quando nós entramos no estádio comentei com ele. Ele disse que estava conversando com um amigo no celular e sem querer os assuntos se encaixaram.

É, tudo bem que de forma perigosa né? mas....

Que eu gelei na hora gelei.

Sem contar que eu dei uma corridinha com o amigo que estava me guiando deixando o cara que falou a merda um pouquinho pra trás né?

rsrsrsrs.

Entramos no estádio.

Aliás eu fiquei feliz desse meu amigo estar compartilhando comigo momentos que foram tão bons para mim. Ou melhor eu compartilhando com ele.

Estou eu... Escutando o jogo pelo rádio.

Não sei o que dava nele de repente. Ele me cutucava. eu tirava o fone do ouvido para escutá-lo.

Aí ele vinha com frases como: Caramba! essa bola bateu na trave! ... Mas... Porra.... Isso eu já sei!

Pensava eu.... eu estava com o rádio no ouvido.

Aí, no meio do jogo ele vem...

André, me empresta seu celular para eu tirar umas fotos. Tá... Eu te empresto o celular e escuto o jogo por onde?

Era pelo celular que eu estava escutando.

Po mas tá legal pra tirar umas fotos e pra filmar... Tá... Mas tá legal pra eu escutar o jogo também.

entreguei para que ele pudesse filmar, fotografar, mas depois do jogo lógico.

Quando estávamos saindo.

Eis que me deu vontade de rir.

Ele me guiando.

Algumas pessoas comentando:

Po, tomara que a gente pegue de novo aqueles chilenos. Aqueles chilenos filhos da puta...

E eu querendo rir... Porque ele é chileno!

Eu tive que me segurar... Não ri.

Mas pelo menos ele torce para outro time.

É torcedor do colo Colo.

Eu juro, se que não me veio na cabeça na hora. Mas pelo meu perfil, era bem arriscado eu ainda endoçar. É mesmo. Esses chilenos são tudo filhos da puta! Temos que dar um coro neles!

ele não ia poder falar nada e eu ia ficar imaginando a cara dele. rsrsrs.

Agora a melhor:

De repente ele corre em direção a uma galera. Eu não sabendo o que acontecia.

Ele, pode cantar um dos gritos.

E aí qual eu escolho:

"Gavião otário! O centenário foi pra casa do caralho!" De repente alguém grita do meu lado: Baralho, Baralho!
Eu estava sem entender. Uma moça se aproxima e pergunta: Tá feliz pelo jogo?

Respondi, lógico.

Depois meu amigo me explica que no momento que eu estava cantando, tinha gente da Record me filmando... A tá... Agora eu entendi o baralho. rs.

Mas, mesmo quando me deram um toque, já era! Não dava pra fazer mais nada!

Então gente fica o toque: Quando um cego estiver sendo filmado, avise a ele antes, tá?
rsrsrsrsrs.

Bom gente em breve volto com um novo post.

Tchau!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

confusão entre as deficiências

Faaaaaaaaala galera!

Por incrível que pareça, existem pessoas que confundem cegos, surdos, pessoas com dificuldade motora.

Não deveria, mas é comum, um cego querer atravessar, chegar uma pessoa e gritar bem no ouvido: PRA ONDE VOCÊ VAI?

Acontece.

Vou contar duas histórias.

Viagem para São José dos Campos. Pegamos trânsito na volta e pra variar um pouquinho, eu e um amigo paramos no Tietê na intenção de tomar um chopp antes de ir pra casa. Tava maior calor... Um chopp não. Uns né?

Beleza.

ao chegar na catraca do metrô, solicitamos o auxílio de un funcionário. Para quem não sabe, existe um serviço no metrô e nos trens de São Paulo, onde o portador de deficiência é conduzido até o embarque e o funcionário que efetua esse auxílio, avisa à sala de controle, para que quando a pessoa desembarque, tenha no destino um funcionário que a conduza, ou até a baldiação (se for necessária), ou ao lado de fora da estação.

Meu amigo enxergava normalmente. só que na sé, faríamos a transferência para sentidos opostos. E eu, necessitaria de ajuda.

O funcionário nos acompanhou. O metrô encosta, abre a porta e eu não sabendo o que acontecia.

Só escuto o funcionário gritar: caramba! Peguei o cego errado!

Ou seja: Ele guiou até a entrada o meu amigo que não precisava e também não estava entendendo nada, enquanto eu permanecia fora do metrô!

Po confundir o cego com quem enxerga, essa foi tudo! rs.

Agora a mais engraçada.

Eu e minha amiga no cinema lá no Tatuapé.

ela tem dificuldade motora. Usa, por isso, uma bengala de apoio.

E é incrível como as pessoas, mesmo os seguranças de shoppings que são treinados não conseguem muitas vezes diferenciar.

Chegamos no shopping. Fomos ao cinema. As pessoas na tentativa de ajudar, tentavam guiá-la. Po mas ela não precisava... E já tavam me guiando... Pior é quando achavam que eu não teria apoio.

Ou seja: As pessoas entendiam claramente que um não enxergava e outro mancava... Só não identificavam qual era qual, mas.... rs.

Na hora de escolher a poutrona do cinema a moça tentando ajudar. claro. Pra mim não faria diferença, mas pra minha amiga sim. Então, deixa ela escolher...

Até que a moça pergunta: Mas ali a claridade não te atrapalha?

Nossa, ainda não tinha percebido que ela enxergava. kkkkkk.

Na volta, para o metrô.

O segurança se aproxima.

Pra onde vocês vão? Eu disse: Vou pra Marechal.

Ela dizendo que ia para o oposto. O elevador abre. Vamos para a plataforma.

O segurança vai, tenta guiá-la e diz: Eu vou embarcar quem primeiro?

Bom amigo, na verdade você só vai embarcar um.

E quem ele achou que seria?

Nos despedimos e ela foi para a plataforma. Ele: Ué, ela embarca sozinha? Eu tive que explicar. Moço... O cego sou eu. ela enxerga!

Ele... a, tá.... É que... Ela tá com uma bengala.... kkkkkkkkkkkkk.

Gente em breve eu volto com mais alguns fatos. Até mais!

terça-feira, 4 de maio de 2010

Cegos e imagens

Faaaaaaaaala galera!

Hoje falarei sobre um assunto interessante. Cegos e imagens.

Não eu não fiquei louco e não vou começar a citar aqui todas as imagens que eu não vi até hoje.
Mas existe uma questão que intriga várias pessoas que enxergam e inclusive, é uma bandeira levantada por alguns cegos.

Faço uma pergunta. Vamos ver se sabem a resposta.

Câmera digital, ou um celular com câmera são úteis para um cego?

Pensem bem antes de responder... Ah, você se acha capaz de responder sem pensar? Então responda... Não quer pensar mais um pouco? Então, vou dar a resposta:

Sim, são úteis.

Eu aposto quanto vocês quiserem que quase 100% das pessoas respondeu não.

agora vocês que responderam não, ou seja quase todo mundo, devem estar se perguntando: Como assim?
Vou te explicar:

Não é pelo fato de eu ser cego e não ver as fotos, que a vontade as vezes, de mostrar para a minha mãe lá no rio algum lugar que eu fui. Ou de mostrar para algum amigo a minha família, ou mostrar lugares ou pessoas para alguém deixa de existir.

Então, se meu celular filma ou fotografa, é totalmente natural que eu peça para que alguém capte as imagens de um almoço, uma confraternização ou, quem sabe, de uma balada, de um Play Center, em fim.

Lógico, também pode existir a curiosidade em saber como é determinada imagem que recebemos no Orkut, ou como é determinado lugar.

Em suma: Não somos alienados com relação à imagens. Claro. Isto não é regra. Existem pessoas que pensam o contrário.

Então, não precisa ficar com essa palhaçada de não mandar uma apresentação do Powerpoint porque o camarada é cego e não vai ver. Nem deixar de mandar uma imagem pelo mesmo motivo. Mas se fizer, por favor descreva. rs. E se você mandar e não descrever e for pra mim eu vou zoar com a tua cara. rs.

Outro dia, numa comunidade em uma rede social, um amigo ficou sem graça quando falou comigo sobre cinema.

Eu comentei que gosto muito de cinema e ele disse: como? você não vê filme nenhum!

existem formas de se entender um filme sem a visão.

Além dos diálogos que existem em vários filmes, existem também os efeitos sonoros que nos fazem ter idéia do que acontece. Talvez, para uma pessoa que enxerga e não está acostumada a se atentar para esses detalhes, seja difícil imaginar.

Tem também um outro recurso chamado audiodescrição, que atualmente é usado algumas vezes.

sabe aqueles aparelhos de tradução simultânea que são distribuídos em algumas palestras? eles tem um fone de ouvido por onde você escuta a tradução.

Então. em algumas seções de cinema e outros eventos, é entregue um desses pelo qual o cego escuta a descrição das cenas mudas além, no caso de um filme com legenda, a leitura da mesma.

Recurso muito interessante.

Mas cito filmes como Homem de Ferro, que a própria produção já conseguiu um grande resultado com seus próprios efeitos sonoros, sem precisar utilizar outros recursos.

Era isso gente.

Volto depois com algum outro post falando sobre outros assuntos, situações engraçadas ou esclarecedoras sobre o assunto.